“Amei saber que estava grávida e aproveitei muito bem os sete meses em que ela esteve dentro da minha barriga. Eu me sentia completa, isso até parece clichê, mas tudo foi tranquilo até os seis meses, pois foi nesse período que descobri estar com cálculo renal e tive que passar por um procedimento para colocar um cateter duplo. Foi um momento tenso e até então ninguém tinha me falado que a partir daquele momento a minha gestação era de alto risco. E no dia 23 de julho deste ano, a minha bolsa rompeu e eu só tinha 30 semanas de gestação. A minha filha ficou 53 dias na Unidade de Terapia Intensiva”. Este é o relato da Thaylla Isabella Pinheiro, mãe da Antonella.

A história de Thayla se parece com a de muitas mulheres que passam pelo parto prematuro no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), aproximadamente 340 mil bebês nascem de forma prematura todos os anos, totalizando seis ocorrências a cada dez minutos no país. Novembro é considerado o mês de conscientização sobre a prematuridade e no dia 17 comemora-se o Dia Mundial da Prematuridade. A data tem o objetivo de alertar sobre o crescente número de partos prematuros, como preveni-los e informar a respeito das consequências do nascimento antecipado para o bebê, família, sociedade e também para as equipes de saúde.

A cor da campanha é roxa, por conta da sensibilidade e individualidade, características que são muito peculiares aos bebês prematuros. Além disso, a cor também significa transmutação e mudança.

Devido à relevância dos problemas causados pela prematuridade, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), tornou o parto uma prioridade para a redução do índice de mortalidade das crianças. Em 2023 foram registrados 2.597 nascidos vivos com até 36 semanas de gestação. Em relação ao mesmo período do ano de 2022, foram registrados 2.598 nascidos prematuros.

“A campanha Novembro Roxo é uma data a qual os órgãos de saúde trabalham em conjunto para prevenir essa condição que acomete diversas famílias no Tocantins e no mundo. E para que a prevenção aconteça, temos realizado ações por meio do trabalho em conjunto com as unidades de saúde e unidades escolares, através do Programa Saúde na Escola (PSE). E é importante ressaltar que o trabalho também deve ser desenvolvido por todos, a começar pelo uso dos métodos contraceptivos adequados e acompanhamento adequado das gestantes durante o pré-natal. Não esquecendo, do serviço de cuidado após o parto, como a vacinação e acompanhamento pediátrico no SUS”, disse a superintendente de Políticas de Atenção à Saúde (SPAS), Juliana Veloso.

“O conselho que eu dou para as mães que estão passando por esse processo é aguentem firme, porque tudo passa! Eu sei que há dias que parece que não vai acabar, mas vai acabar e logo vocês estarão em casa. Então, mantenha-se firme, confia em Deus, confia no processo, confia nos médicos e bota a cabeça no lugar e esperar que tudo vai dar certo, tudo vai dar certo”, acrescentou a Thaylla Isabella Pinheiro.

Reforço na imunização

Para reforçar o cuidado e atenção disponível aos bebês prematuros, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta às famílias um calendário vacinal especial por meio dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie). Eles são uma rede constituída de infraestrutura e logística com a finalidade de facilitar o acesso das pessoas a vacinas, soros e imunoglobulinas que não são oferecidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Lembrando que esse serviço envolve a assistência aos menores nascidos com peso menor de 1000 g, com nascimento dentro da idade gestacional de 27 a 33 semanas considerados prematuras extrema seguindo a definição de caso da 6ª edição do Manual do Centro de Referência de imunobiológicos Especiais  do Programa Nacional de Imunização  do Ministério da Saúde.

“Esse atendimento é realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), que acompanha o monitoramento das crianças em situações especiais para as doses subsequentes de alguns imunizantes que são necessários para o bebê prematuro. Tendo ainda a garantia de que os imunizantes proporcionam menos efeitos colaterais e o risco menor de descompensação”, disse a enfermeira da Gerência de Imunização da SES-TO, Telma Regina Rodrigues Andrade.

Método Canguru

O estado do Tocantins possui um serviço de excelência, qualidade e muito compromisso voltado às crianças que nascem no Hospital Materno Dona Regina em Palmas. É um modelo voltado para a atenção qualificada e humanizada, que promove o contato pele a pele entre recém-nascido e pais e favorece o vínculo do bebê com seus pais e sua família.

O método canguru proporciona vários benefícios: ajuda no desenvolvimento físico e emocional do bebê; reduz o estresse, a dor e o choro do recém-nascido; estabiliza o batimento cardíaco, a oxigenação e temperatura do corpo do bebê; ao ouvir o som do coração e da voz da mãe, o bebê fica mais calmo e sereno; aumenta o vínculo mãe-filho; favorece o aleitamento materno; contribui para a redução do risco de infecção hospitalar; maior confiança dos pais nos cuidados com o bebê; e contribui para otimização dos leitos de UTI.