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Primeiros 100 dias do governo Lula são marcados por desafios não superados e promessas não cumpridas, resultando em baixa avaliação popular

Promessa de churrasco farto não alivia piora da economia e impopularidade do petista

 Lula está ansioso para mostrar conquistas em seus primeiros 100 dias de governo e está pressionando seus ministros para divulgarem seus feitos. Ele está gastando dinheiro público em uma campanha ufanista com a frase “O Brasil voltou”, mas isso provavelmente não convencerá os brasileiros que avaliam o petista com base em sua própria qualidade de vida, como o preço dos alimentos e o medo de perder o emprego.

Apesar da empolgação do governo com a divulgação de mensagens oficiais na próxima segunda-feira, a maioria dos brasileiros acreditam que Lula fez menos do que se esperava nos primeiros três meses de mandato, de acordo com uma pesquisa do Datafolha. Mais da metade dos entrevistados também acredita que o petista não cumprirá a maioria de suas promessas de campanha, o que é desanimador para ele próprio.

Após chegar ao poder com uma pequena margem de diferença, Lula não conseguiu conquistar a confiança dos que não votaram nele e perdeu a confiança da maioria dos que o escolheram para impedir uma vitória do ex-presidente Jair Bolsonaro. Uma pesquisa em Porto Alegre mostra que apenas 39% da população aprova seu governo, um número inferior aos que votaram nele em 2022. As pessoas esperavam ver uma melhoria econômica, mas o petista não conseguiu divulgar suas novas medidas, o que é um grande problema para ele. As expectativas das pessoas eram muito altas e elas esperavam que o poder aquisitivo das famílias melhorasse, mas isso não aconteceu e pelo que se percebe não irá acontecer, como a ilustração da história da picanha com a gordurinha.

Lula prometeu churrasco farto em campanha de 2022, mas a redução de preço da picanha não alivia a piora da situação econômica geral do país. O desemprego voltou a subir e a inflação segue no mesmo patamar, com elevada taxa de juros. A apresentação de um arcabouço fiscal traz inseguranças sobre aumento de impostos e demandará mais negociação com o Congresso.

O certo é que há incertezas sobre o tamanho real da base de apoio de Lula no Congresso. A reforma tributária e o arcabouço fiscal ainda não foram enviados para votação, então a força do governo ainda não foi testada. O líder do PT fala em 350 deputados aliados, mas lideranças de siglas governistas estimam que o total não passa muito dos 200. A formação de um superbloco com PSD, MDB, Podemos e Republicanos torna mais imprevisível a maneira como irão se posicionar no futuro.

O novo governo deve retomar ações ambientais e de proteção aos yanomamis após anos de descaso no governo anterior. Porém, espera-se que o governo gaste tempo enaltecendo programas já existentes, incluindo aqueles que se revelaram insustentáveis.

Além disso, há discussões sobre a volta da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), uma plataforma criada por Hugo Chávez para projetar poder na América Latina. Apesar de promessas fervorosas e anúncios de cifras, a população já não acredita nelas e quer uma melhora no padrão de vida. Infelizmente, o Brasil parece estar sem rumo e sem condutor.

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