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Pesquisadores do Tocantins estudam o mosquito Aedes Aegypti para evitar a propagação de novos vírus no Estado

O estudo realizado por cientistas da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e da Universidade Federal de Brasília (UnB) pretende caracterizar as amostras de vírus presentes nos mosquitos Aedes Aegypti, coletados no Tocantins, para que novas medidas de prevenção e controle possam ser tomadas para evitar a disseminação viral das doenças como a dengue, febre amarela, chikungunya, oropouche e zika vírus. O projeto científico faz parte do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS) e conta com o apoio do Governo do Estado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt).

A pesquisa iniciou em 2020 e tem prazo para ser concluída em 2021, onde se espera ter coletado os mosquitos nos 18 municípios da regiao da Ilha do Bananal – Sul do Tocantins, e ainda processar todas as amostras e analisado todos os dados. O estudo está sendo executado em duas etapas, sendo a primeira a coleta e processamento das amostras e a segunda visa o sequenciamento do genoma de diferentes arbovírus para uma análise da evolução desse grupo de vírus, seguida da comparação com amostra de outras regiões brasileiras.

O principal beneficiário desta pesquisa é a sociedade, pois resultará no aumento do conhecimento da presença de arbovírus circulantes no Estado do Tocantins, possibilitando uma antecipação de tomadas de decisão na iminência de um potencial surto. Além disso, o estudo trará uma contribuição relevante no esclarecimento através da caracterização e tipificação viral dos vírus existentes em mosquitos que circulam no estado, e a comparação dos genomas detectados com os das amostras circulantes em outras regiões brasileiras e em outras partes do mundo.

“O estudo pode indicar por exemplo, de uma maneira indireta, se áreas com maior densidade populacional e consequentemente maior influência antropológica, estão diretamente relacionadas a uma maior concentração e disseminação de arbovírus”, explica o coordenador do estudo, professor Dr. Fabricio Campos que atua na Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Gurupi – To.

Além do pesquisador, Campos, o estudo conta ainda com uma equipe multiprofissional da UFT e da UnB composta por 24 pesquisadores, sendo Professores Doutores em Biotecnologia, Microbiologia, Ciências Veterinárias, Fitopatologia, Biologia Molecular, Virologia e acadêmicos de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia e de Medicina Veterinária.

“O trabalho desses pesquisadores pavimenta uma estrada metodológica para que amanhã ou depois, se nós tivermos um novo arbovírus, um novo vírus ou um novo patógeno, tenhamos uma metodologia para fazer a tipificação desse material. Desta forma a Fapt tem se preocupado em amparar estes pesquisadores através do financiamento dos estudos pois realmente tem impacto na economia e no caso dessa brilhante pesquisa, esperamos que em 2021 tenhamos ótimos resultados”, ressaltou o presidente da Fapt, Márcio Silveira.

Inovação

Para o professor Dr. Fabricio Campos, é necessário inovar na forma de se fazer a vigilância epidemiológica, visando uma detecção prévia e a consequente prevenção de potenciais arboviroses que ocorram e sejam transmitidas por mosquitos. Neste contexto, as tecnologias de sequenciamento em larga escala associadas a protocolos de enriquecimento viral têm sido utilizadas na identificação e monitoramento de vírus em diferentes amostras. “Este conhecimento poderá auxiliar no futuro desenvolvimento e na implementação de estratégias de controle, de vacinas e kits diagnósticos mais eficientes, permitindo uma análise da diversidade viral presentes em amostras de mosquitos coletadas no estado do Tocantins”, afirmou o pesquisador.

Dados do Tocantins

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a dengue, é um dos principais problemas de saúde pública existentes no mundo. Estima-se que 390 milhões de pessoas se infectam anualmente em 128 países de todos os continentes. Em 2019, o Ministério da Saúde notificou que os casos no estado do Tocantins tiveram um crescimento de 1.369%, saindo de 210 casos para mais de três mil.  De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), até o momento, neste ano, foram registrados mais de 125 mil casos de dengue na América, incluindo 27 mortes.

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