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Instituto bloqueia leitos de UTIs para Covid nos maiores hospitais do Tocantins

Eles citaram risco de desabastecimento nas unidades para justificar o bloqueio, mas não explicaram quais os produtos que estão em risco de faltar. Há relatos de pacientes que não conseguiram atendimento no HGP nesta quarta.

O Instituto Saúde e Cidadania (ISAC) que administra leitos de UTI para Covid-19 nos três maiores hospitais do Tocantins, anunciou nesta quarta-feira (20) o bloqueio de parte dos leitos. A justificativa apresentada pelo instituto é de que há risco de desabastecimento nas unidades, mas não foi informado qual o produto que está sob risco de faltar. O Instituto afirma que há problemas no “abastecimento de materiais e medicamentos essenciais para o tratamento dos pacientes internados”.

O ISAC disse que os leitos bloqueados estão no Hospital Geral de Palmas e também nos Hospitais Regionais de Araguaína e Gurupi. Segundo a nota, “atualmente, as unidades citadas não possuem condições de novas admissões até que o abastecimento seja normalizado pelos fornecedores”.

O ISAC informou que o bloqueio atinge 17 leitos que estão livres atualmente na unidade. Segundo o portal Integra Tocantins, alimentado pelo Governo do Estado, atualmente há 24 leitos livres nas três unidades. Os outros sete leitos que estão livres já estavam bloqueados antes da decisão do instituto pela equipe de controle de bactérias do hospital, já que alguns pacientes não podem ficar perto de outros, e também por casos de pacientes suspeitos.

A nota afirma ainda que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) havia sido notificada sobre o risco de desabastecimento em três ocasiões e que a situação não foi normalizada.

O painel que monitora a ocupação de leitos na rede hospitalar, o Integra Tocantins, indica que até as 16h havia 43 pacientes internados nas UTIs das três unidades citadas pelo ISAC e 24 vagas livres nos três hospitais. Veja a situação de cada hospital:

– Hospital Geral de Palmas – 17 leitos ocupados e 13 livres (57% de ocupação)

– Hospital Regional de Araguaína – 12 leitos ocupados e cinco livres (71% de ocupação)

– Hospital Regional de Gurupi – 14 leitos ocupados e seis livres (70% de ocupação)

 

Já há relatos de pacientes que aguardam transferências para UTIs nas unidades e não estão conseguindo. É o caso de Carlos Antônio Pereira Paz. Ele está internado na Unidade de Pronto Atendimento da região norte da capital e a família conseguiu uma liminar na Justiça que determina a transferência dele para uma UTI. Uma sobrinha do paciente informou que quando a UTI móvel chegou para realizar a transferência eles foram informados que o HGP não poderia receber o paciente. A justificativa apresentada a eles foi de falta de pagamento de salário aos enfermeiros.

O ISAC afirma no entanto que o bloqueio dos leitos é por causa do risco de desabastecimento e não de atrasos nos pagamentos. A folha de pagamento de dezembro é a única, segundo o instituto, que está atrasada.

O governo do estado reconheceu que tem uma dívida junto ao Instituto ISAC, mas negou risco de desabastecimento nas UTIs. Declarou que amanhã serão repassados R$ 5 milhões ao instituto. A secretaria da saúde confirmou que o paciente Carlos Antônio Paz será transferido para a UTI de um hospital particular, contratada pelo estado.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) decidiu terceirizar o gerenciamento e operacionalização dos leitos de UTI adultos do Hospital Geral de Palmas e dos Hospitais Regionais de Gurupi e Araguaína em agosto. O governo contratou o Instituto Isac pelo valor de R$ 33,2 milhões, sem licitação. O contrato tem validade de pelo período de seis meses, mas prevê a prorrogação sucessiva enquanto durar a pandemia.

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