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Araguaína, o berço do tratamento de câncer no Tocantins

Houve um tempo em que os pacientes acometidos pelo câncer em Araguaína e região só tinham como alternativa procurar outros Estados em busca de tratamento. Muitos, inclusive, se deslocavam quase 1.000 km para isso. Essa dura realidade começou a mudar a partir de 2002, quando profissionais pioneiros acreditaram que era possível oferecer a assistência oncológica à população de Araguaína e regiões vizinhas.

Tudo começou a partir de um projeto do Ministério da Saúde voltado para o serviço público, porque nem o tratamento privado existia na cidade. Com investimentos do Estado do Tocantins e do Governo Federal, foi iniciado o serviço de oncologia araguainense, o primeiro do Tocantins, dentro do Hospital Regional de Araguaína (HRA).

Desafios

O primeiro desafio foi o de conscientizar toda população da região, incluindo a própria classe médica, de que não era mais necessário encaminhar os pacientes para fazer o tratamento em Goiânia/GO, Belém/PA ou Teresina/PI, que já era possível encontrar essa assistência ali mesmo, em Araguaína, bem próximo de suas casas e do conforto familiar.

O segundo foi a agregação de profissionais que acreditassem nesse sonho. Naquela época, havia poucos médicos especializados na área de oncologia na região, mesmo assim uma boa equipe foi sendo formada gradativamente com esses profissionais pioneiros.

“Muitos chegaram nessa região para trabalhar com Oncologia, porém poucos permaneceram. A maioria desistia quando percebia que a estrutura ainda não estava pronta e sim por construir. Portanto, foi um trabalho de formiguinha que foi crescendo gradativamente”, destaca Dr. Nader Nazir Suleiman, um dos primeiros médicos a abraçar esse movimento.

Junto ao Dr. Nader estavam os médicos Dr. Roberto Aires Montenegro, Dr. Evandro Júnior, Dra. Cristiane Amaral dos Reis (2006), Dra. Angélica Lins Linhares Peixoto Pinheiro, Dr. Arnaldo Nunes, Dr. Elder Narciso Feltrim e Dr. Reinaldo Magalhães Fernandes.

Com um raio de influência de 400 quilômetros, o serviço oferecido em Araguaína acabou atraindo pacientes de outros Estados. “Os pacientes vinham de outras cidades, como Marabá, e até mesmo Imperatriz, em busca de assistência oncológica em Araguaína, visto que os hospitais públicos dessas cidades, na época, não ofereciam estrutura para cirurgias de alta complexidade”, explica Dr. Nader.

Credibilidade e empatia

Com o tempo veio a credibilidade, muito atribuída ao atendimento humanizado oferecido na cidade.

“O paciente geralmente prefere um relacionamento mais próximo com a equipe médica para tirar suas dúvidas e se sentir mais seguro. Isso faz muita diferença durante o tratamento. Quando o paciente vai se tratar em grandes centros, ele tem uma grande equipe competente e às vezes uma estrutura física excelente, porém ele é só mais um naquele universo. Por outro lado, em centros menores, é possível fazer um atendimento diferenciado e muitas vezes personalizado, pois o ‘fulano’ é aquele que trabalha no supermercado tal, que é o dono daquela outra empresa, e é essa proximidade que acaba fazendo diferença na abordagem e conduta dos casos. Além, é claro, da comodidade de estar em suas cidades e ao lado de suas famílias”, conta o médico.

Avançando novamente

Após um período inerte e até mesmo alguns retrocessos na área de saúde de Araguaína, a equipe pioneira da oncologia de Araguaína, somada agora aos novos profissionais recém-chegados à cidade, buscou parcerias com outras instituições respeitadas, como o Hospital Dom Orione e a Oncologia D’Or, e conceberam a Acreditar Tocantins, clínica especializada no tratamento do câncer e que hoje faz parte de uma das mais completas rede de cuidados oncológicos do Brasil, a Oncologia D’Or.

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