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Aposentada diz que precisou comprar remédios para neto internado há 6 meses no HGP

Acompanhantes reclamam da falta de medicamentos e da demora na realização de cirurgias. Hospital é o maior do Tocantins e enfrenta vários problemas.

O maior hospital público do Tocantins acumula problemas, como demora na realização de cirurgias e falta de medicamentos. É o que dizem os acompanhantes e pacientes internados no Hospital Geral de Palmas. A aposentada Maria Dias, moradora de Guaraí, contou que está tendo que comprar medicamentos para o neto internado há seis meses na unidade.

“Aqui não tem remédios e a gente tem que comprar. Nossa condição é muito fraca, sou aposentada, mas já fiz muito empréstimo com meu dinheirinho, nós estamos sofrendo demais. Até materiais para limpeza temos que comprar tudo porque aqui não tem. Se falta remédio, morre”, diz ela.

A auxiliar administrativo Saura Leana Messias tirou dinheiro do próprio bolso e comprou remédios para o pai. Ele tem câncer no intestino e está internado desde a semana passada. “Chegamos a ficar no corredor e com muita luta a gente conseguiu um quarto na internação, mas não é a ala dele. Ele tinha que ir para a oncologia, mas não tem vaga. É terrível, uma pessoa que já está debilitada, tem risco de pegar uma infecção”.

A dona de casa Martha Adriele da Silva está no HGP como acompanhante do pai, o pedreiro Adilson Oliveira. Ele espera por cirurgia desde que deu entrada na unidade, há 30 dias. “Os médicos estão colocando pacientes menos graves para poder fazer cirurgia. Estão passando na frente dele pacientes que chegaram depois do meu pai. Como a cirurgia dele demanda mais tempo, é uma cirurgia complexa, talvez necessita de leito na UTI, então os médicos estão deixando ele de lado”, disse ela.

O pedreiro fraturou a coluna em dois lugares depois de cair de uma altura de 4 metros. Não há previsão de quando o procedimento será feito. “Sempre falta material, minha cirurgia é meio complicada. As mais complicadas são as que mais demoram, aí vão passando. Estou com medo de os meus ossos calcificarem. É uma falta de atenção muito grande”, relatou Adilson.

O hospital atende pessoas de vários lugares. Quem depende do atendimento cobra mais qualidade na saúde do Tocantins. “A gente paga os impostos para isso, a gente paga o governo para justamente ter esse retorno. O mínimo que a gente espera é um atendimento de qualidade. Se a gente recorre ao hospital público é porque a gente não tem condições de pagar um particular”.

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde informou que já tomou as medidas necessárias para regularizar o estoque de medicamentos. Sobre o atendimento do paciente Agostinho Rocha Gauvão, a resposta é que o paciente está recebendo todos os cuidados necessários.

Em relação ao paciente Adilson, a secretaria ressaltou que as neurocirurgias seguem critérios de classificação de risco, complexidade, condições clínicas e tempo de internação, além da idade.

Já sobre a manutenção da unidade, a secretaria também disse que está trabalhando para contratação de novos auxiliares de serviços gerais e ressalta que a limpeza é realizada em todo o hospital.

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