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Vistoria volta a encontrar pacientes com e sem Covid-19 internados no mesmo ambiente no HGP

Presidente do Conselho Estadual de Saúde do Tocantins informou que nesta quarta-feira havia pelo menos quatro pacientes com o coronavírus na sala vermelha do hospital. Apesar das imagens, Secretaria de Saúde continua negando que pacientes tenham tido contato.

Uma vistoria do Conselho Estadual de Saúde do Tocantins realizada nesta quarta-feira (17) voltou a encontrar pacientes com e sem o novo coronavírus internados no mesmo ambiente dentro do Hospital Geral de Palmas. O próprio presidente do conselho, Mário Benício dos Santos, confirmou que havia quatro pessoas que estão com a Covid-19 na sala vermelha, junto com pacientes críticos de outras enfermidades.

Desde o começo da semana, médicos que trabalham no HGP alertam para a situação. Eles afirmam que houve contaminação de pacientes dentro de unidade e que pelo menos duas pessoas morreram após contrair a Covid no maior hospital público do Tocantins.

Apesar das imagens que mostram os pacientes no mesmo ambiente, a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins continua negando que haja contato entre os casos positivos e negativos da Covid-19 no HGP. Sobre as denúncias apresentadas pelos profissionais, a SES disse se tratarem de ‘reflexões e ilações’ e afirma que não há comprovação da infecção dentro da unidade.

Nesta quarta, a Justiça do Tocantins entrou no caso e deu um prazo de 10 dias para que o Estado comprove que regularizou a situação no hospital. A determinação é do juiz Gil de Araújo Correia. Ele atendeu parcialmente um pedido do Ministério Público do Tocantins.

O MP queria que o prazo fosse de no máximo 24 horas, mas o magistrado preferiu estender o período. Ele também optou por não aplicar nenhuma multa neste caso.

As denúncias

O caso veio a tona após a morte de Rita Dias, aos 81 anos. Ela chegou até a sala vermelha do HGP na última sexta-feira (12) com infecção urinária. Ela morreu na última segunda-feira (15) com a Covid-19.

“Na nossa sala vermelha, a gente tem uma unidade de isolamento. Mas há muito tempo essa unidade já foi extrapolada e nós começamos a reter pacientes Covid positivo junto com os pacientes da Urgência e Emergência. E estes pacientes, devido a proximidade, estão contaminando outros pacientes que não são Covid”, diz o cardiologista Vinicius Pires.

“Infelizmente já aconteceu de nós recebermos pacientes que não eram Covid, pegaram Covid na Sala Vermelha e vieram a óbito”, completa. O cardiologista afirma que além dela sabe de pelo menos um outro caso, uma paciente de Miracema do Tocantins de apenas 31 anos.

Nota da Secretaria de Estado da Saúde na íntegra

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que o Hospital Geral de Palmas (HGP) é uma unidade porta aberta, ou seja, recebe pacientes encaminhados e de livre demanda, para atendimentos no Pronto Socorro. Atende urgências, emergências, traumatismos, pacientes acometidos pelo coronavírus, entre outras especialidades de média e alta complexidade, totalizando mais de mil atendimentos diários. Cumpre ressaltar que, nesta quarta-feira, 17, não há pacientes nos corredores.

Enfatizamos ainda que, infelizmente, não há outras unidades hospitalares referenciais de média complexidade na região metropolitana, o que resulta, em algumas oportunidades, em lotação acima da capacidade. Destaca-se, todavia, que neste momento, vivenciamos o pico pandêmico no Tocantins, o que também contribui – não raras vezes – para superlotação.

Ressaltamos que os pacientes que entram na referida unidade hospitalar, passam pelo protocolo assistencial de testagem para Covid-19, através do teste mais confiável, o PCR-RT. O resultado do teste é disponibilizado entre 12 e 24h, todavia, é detectável entre o terceiro e o quinto dia de infecção.

Naturalmente, há casos de pacientes que são internados e, dentro do hospital, descobrem que estão positivos para Covid-19; neste caso, são imediatamente isolados, utilizando o filtro HEPA, que protege os próprios pacientes e servidores do hospital, na medida em que é mais eficiente e evita a propagação do vírus. Tais pacientes permanecem nesta condição até a transferência para um leito de UTI Covid-19 dentro do próprio HGP, para o Hospital Estadual de Combate à Covid-19 ou outra unidade para atendimento da enfermidade, mantendo-se o isolamento.

Dito isso, especificamente no que concerne ao caso da denúncia veiculada na reportagem produzida por este veículo, acessível no link https://globoplay.globo.com/v/9356865/, que trata da lotação nas salas vermelha e amarela, impende esclarecer que não há quaisquer comprovações que pacientes tenham se contaminado naquelas salas. As reflexões ou ilações do médico que concedeu a entrevista não podem ser consideradas como verdade absoluta. Reitera-se que não há esse contato – dentro da unidade – de pacientes contaminados por Covid-19 com outros não contaminados.

Especificamente no caso da Sra. Rita de Andrade, 80 anos, oriunda da cidade de Miracema, informamos que foi referenciada para o HGP no dia 12/03 – com suspeita de Acidente Vascular Cerebral – e foi devidamente testada para Covid-19 ao dar entrada na Unidade, cujo resultado foi positivo. Conforme explicitado anteriormente, o exame PCR-RT só detecta a infecção por coronavírus entre o terceiro e o quinto dia, razão pela qual se conclui que a Paciente chegou ao hospital já infectada pela Covid-19. Além disso, a utilização do filtro HEPA pelos internados com Covid-19, praticamente aniquila a disseminação do vírus a outros pacientes.

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