Segundo investigação da Polícia Civil, dois policiais e um ex-militar seriam os executores do crime. Morte teria sido encomendada por um dos clientes do advogado no Tocantins.
Dois policiais militares foram presos nesta quinta-feira (21) em Marabá (PA) suspeitos de envolvimento na morte do advogado Danilo Sandes. Além deles, um ex-militar também foi preso pela Polícia Civil do Tocantins em cumprimento a mandado de prisão temporária. Os três são suspeitos de serem os executores do crime. O advogado foi morto no final de julho por causa de uma disputa por uma herança de R$ 7 milhões.
A morte de do Danilo Sandes, segundo investigações da Polícia Civil, foi encomendada por Robson Barbosa da Costa, de 32 anos. Ele era cliente do advogado e parte em uma ação de inventário. O homem também foi preso em Marabá (PA), em agosto. O corpo de Sandes foi encontrado no final de agosto às margens da TO-222, após a vítima ficar quatro dias desaparecida.
Segundo o delegado Bruno Boaventura, os suspeitos foram presos durante a manhã e início da tarde desta quinta-feira. Mandados de busca e apreensão, e prisão foram expedidos pela comarca de Araguaína. Os suspeitos foram levados para o Tocantins.
Os PMs fazem parte do 4º Batalhão da Polícia Militar de Marabá. O terceiro homem foi expulso da corporação por envolvimento em outro crime. Durante o cumprimento dos mandados, um dos suspeitos tentou fugir e se envolveu em um acidente, mas acabou preso.
A operação foi realizada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Delegacia de Investigações Criminais e Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE) do Tocantins. A corregedoria da PM do Pará também participou das prisões.
A Polícia Militar do Pará disse que a corregedoria adotará as medidas necessárias e abrirá procedimento administrativo para apurar o caso, que poderá culminar na exclusão dos policiais da corporação.
Entenda
Os investigadores afirmam que Robson Barbosa da Costa se revoltou quando o advogado não aceitou participar de um esquema para ocultar bens. A fraude teria beneficiado Robson, que ficaria com uma parte maior do patrimônio sem que os demais herdeiros ficassem sabendo. O advogado era responsável por fazer o inventário para toda a família, mas após a discussão deixou de representar Robson. Ao todo, seis pessoas disputam a herança.
O advogado desapareceu na manhã do dia 25 de julho. O amigo do advogado, José Ribamar Júnior, disse que ele foi visto pela última vez em um supermercado. “Ele deixou a mãe dele numa agência bancária, onde ela trabalha, e depois foi tomar café em um supermercado. Por volta das 9h, ele falou com a prima por telefone e disse que iria para Filadélfia, provavelmente resolver alguma questão ligada a um processo”. O advogado estava em uma motocicleta.
O advogado foi procurado durante quatro dias. O corpo dele foi encontrado no dia 29 às margens da TO-222, em decomposição. Ele estava apenas de cueca, com marcas de lesões, sangue e fogo, a 18 km de Araguaína, perto de entroncamento com Babaçulândia. A perícia recolheu um par de sapatos encontrado no local.
O delegado responsável pela investigação, Rerisson Macedo, disse que ele foi morto com dois disparos de arma de fogo.