A evasão escolar causada pela pobreza menstrual é uma realidade em todo Brasil e em várias partes do mundo segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Para barrar esse problema e ainda tratar temas comuns na adolescência feminina como puberdade, ciclo menstrual e gravidez, a Escola Municipal Dr. Ulisses Guimarães, que fica no Parque das Acácias em Gurupi, vem implementando, por meio de parcerias, o projeto Sinais da Puberdade; Ciclo Menstrual Cuidados e Gravidez e já distribuiu 130 kits de higiene menstrual para alunas.
A ação é realizada em parceria com o Curso de Enfermagem da Universidade de Gurupi (UNIRG) e a colaboração voluntária da Cooperativa dos Produtores de Carne e Derivados de Gurupi (COOPERFRIGU). “Os nossos alunos são todos carentes, a maioria reside no bairro Campo Bello, e nós percebemos essa necessidade. Para colocar esse trabalho em prática fizemos também uma parceria com a COOPERFRIGU que doou 900 absorventes e distribuímos para todas as alunas que somam 80 meninas adolescentes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental”, explicou o diretor escolar, José Filho de Sousa.
Ainda segundo o diretor escolar, além da distribuição dos absorventes, o projeto também conta com a realização de palestras educativas para orientações em saúde da mulher. “Na palestra realizada esta semana, as meninas puderam tirar muitas dúvidas, foi um momento importante de muita relevância”, avaliou.
Segundo as metas do projeto, os produtos são disponibilizados para quaisquer alunas que precisarem e contribuem para que meninas possam desenvolver seu processo de aprendizagem combatendo a evasão escolar gerada pela pobreza menstrual.
Permanência
Nesta sexta-feira, 18, uma nova palestra foi agendada e desta vez, dirigida a um outro grupo de meninas estudantes. Na oportunidade, novos kits de absorventes serão distribuídos. “Mais doações como essa virão, e mais ações como esta serão feitas dentro da escola”, garantiu Sousa.
A ONU estima que 1 entre 10 meninas no mundo sofrem com o impacto da pobreza menstrual na vida escolar. No Brasil, esse número está estimado em 1 a cada 4 meninas. Em 2014, a ONU reconheceu o direito à higiene menstrual como uma questão de direito humano e à saúde pública.