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Governo do Estado lembra 8 março com estratégias de enfrentamento ao preconceito e inclusão profissional e social das mulheres.

Projeto Jeito de Mulher capacitará 435 mulheres para áreas tradicionalmente ocupadas por homens.

Loraci Ribeiro Neves é trabalhadora rural tem cinco filhos e mora no Assentamento Água Fria II, do município de Tocantínea, a 97km de Palmas. Enquanto se recuperava de um acidente ficou sabendo do curso de pedreira ofertado pelo Governo do Estado do Tocantins, por meio do Projeto Jeito de Mulher e viu na ação uma forma de aprender e suprir uma necessidade antiga de reformar a sua casa. Foi esse mesmo sentimento que também a motivou anos atrás a buscar o curso de motorista de trator: “A gente quer plantar, mas não tem ninguém que prepare a terra, por isso fiz o curso e quero ter mais aulas práticas para conseguir fazer isso sozinha”. Explica a trabalhadora rural.

A história de Loraci é um exemplo de que as necessidades diárias, a falta de ajuda, assim como o desejo de mostrar que são capazes levam mulheres ao longo dos séculos a irem à luta e enfrentarem desigualdades e preconceitos. Toda essa força trouxe avanços, mas os dados e o dia a dia da mulher mostram que muito ainda precisa ser mudado, reforçando o legado do Dia Internacional das Mulheres, lembrado em 8 de março.

Reconhecendo os esforços femininos e querendo somar a essa luta, o Governo do Estado do Tocantins, por meio da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas) e Sistema Nacional de Empregos (Sine) lançou em 2016 o projeto Jeito de Mulher com a proposta de qualificar o público feminino para áreas do mercado tradicionalmente ocupada por homens.

Na primeira etapa do Projeto foram beneficiadas 210 mulheres e com a segunda etapa iniciada em janeiro deste ano a proposta é atender mais 225, preferencialmente de baixa renda, na condição de desemprego ou subemprego.

O secretário da Setas, José Messias Araújo, defende que a mulher tem capacidade para trabalhar onde ela quiser e que a proposta do Projeto surgiu das necessidades do mercado tocantinense: “Avaliando as demandas de mão de obra do nosso Estado identificamos as áreas que mais tinham necessidades e baseados nisso escolhemos os cursos a serem ofertados para as tocantinenses.Com decisões assertivas temos mais condições de garantir a inclusão profissional e social dessas mulheres”. Explica o secretário.

Determinação e consciência de seu potencial, Marinalva Rodrigues têm de sobra. Ela é aluna do curso de pedreira ofertado por meio do Projeto Jeito de Mulher em Taquaruçu, ficou sabendo da qualificação pela televisão e tem se destacado nas atividades. Quando perguntada sobre os possíveis preconceitos que pode encontrar ao buscar emprego na construção civil ela responde: “A gente sabe que essa barreira existe, mas alguém precisa acabar com isso”.  Como candidata a esse enfrentamento, Marinalva pretende praticar o que já aprendeu e com competência mostrar que o jeito é de mulher, mas trabalho não tem gênero.

Com 70% de execução da segunda etapa do Projeto a gerente de capacitação e qualificação do Sine, Meire Bezerra, aposta nas parcerias para inclusão das alunas no mercado de trabalho: “O Governo acreditou no potencial de nossas mulheres e elas responderam com muita dedicação, agora estamos convidando os empresários do Estado para somarem nesse processo dando a elas a chance de se aperfeiçoarem por meio de estágios e contratações”. Conclama a gerente.

Maria do Carmo Cavalcante está contando com essa oportunidade, ela é aluna do curso de Mecânica de Motor a Álcool e Gasolina ofertado em Palmas e faz planos de estagiar e trabalhar na área. “Estou gostando muito do curso e apesar de enfrentar preconceito com a minha escolha não vou dar ouvidos. Quero seguir em frente e conseguir um emprego.” Declara a futura mecânica.

Até o momento já concluíram os cursos oferecidos na segunda etapa 129 mulheres no Estado, alguns municípios ainda estão realizando as atividades e Gurupi e Guaraí começarão as aulas nas próximas semanas.

Sobre o Projeto Jeito de Mulher

O Projeto conta com recursos de mais de R$ 880 mil do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, com contrapartida e execução do Governo do Tocantins. Ao final serão atendidas 435 mulheres.

Os cursos da segunda etapa estão sendo ofertados nos oito municípios onde o Sine tem postos, sendo em Araguatins – Produção de Derivados de Leite (80 horas); Dianópolis – Produção de Derivados de Leite (80 horas) e Instalador de Alarme Residencial (80 horas); Guaraí – Produção de Derivados de Leite (80 horas); Gurupi – Produção de Derivados de Leite (80 horas) e Mecânica de Manutenção de Motocicleta (160 horas); Palmas – Mecânica de Injeção Eletrônica (160 horas); Paraíso do Tocantins – Mecânica de Manutenção de Motocicleta (160 horas); Porto Nacional – Mecânica de Manutenção de Motocicleta (160 horas).

Além de participarem dos cursos gratuitamente, as alunas serão contempladas com todo o material didático das aulas teóricas, os materiais e os equipamentos de segurança necessários para as disciplinas práticas, além de alimentação e vales-transportes diários.

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