O G1 vem acompanhando a situação no local. O prazo para erradicação dos lixões e implantação de aterros sanitários se encerrou em 2014 para as 5.570 cidades do Brasil conforme estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Naquele ano, o G1 mostrou a situação de Formoso do Araguaia, onde restos de animais são misturados com o lixo doméstico. Ao final, todos os resíduos são queimados.

A fazenda do pecuarista Antônio Sebastião Alexandrine fica a cerca de 500 metros do lixão. Ele sente o impacto. “Aqui é complicado, a sujeira, o lençol freático está acabado. O chorume é terrível e agora nesse período chuvoso ainda complica mais a situação”.

Apesar de irregular, o lixão é fonte de trabalho e renda para quem vive da reciclagem dos resíduos sólidos. Cinco catadores independentes fazem a separação do lixo, mas os trabalhadores reclamam da falta de apoio por parte da prefeitura.

“O barracão fomos nós que fizemos, a cerca também porque senão eles jogam lixo até em cima dos nossos materiais”, reclamou o catador Cícero Alcino Leite.

Do lixão, eles retiram, por mês, quase 40 toneladas de plástico e papelão, mas na base do improviso. Um pequeno galpão e um cômodo foram construídos pelos próprios catadores. Eles trabalham sem nenhuma segurança contra contaminação e acidentes de trabalho.

O recolhimento do lixo na cidade é feito em caminhões de carroceria aberta sem higiene ou segurança para os garis.

O representante da prefeitura de Formoso do Araguaia informou que a área foi limpa e que esse acúmulo de lixo aconteceu porque a máquina que compacta os resíduos para a vala tinha saído para fazer outro serviço e demorou para retornar, mas que agora a máquina vai ficar no lixão da cidade.

Sobre a reclamação dos catadores de lixo, a prefeitura informou que vai tentar organizar um local para eles, mas quanto aos equipamentos de segurança, estes não seriam de responsabilidade do município, já que eles trabalham por conta própria.