“Lotar ônibus pode. Funcionar igreja com até 20% da lotação, com uso de máscaras, distanciamento, etc, não pode. É preciso agir”, disse o deputado
A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), foi de alvo de duras críticas nas redes sociais e no meio político por conta de sua insistência em ver o transporte coletivo da capital lotado. Seu pedido chegou até a Suprema Corte do país.
Na noite desta terça-feira (26) o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, atuando no exercício da Presidência da Suprema Corte, deu apoio ao município de Palmas e suspendeu a liminar que proibiu os ônibus do transporte coletivo de Palmas de circularem com 100% da capacidade de passageiros sentados. A medida tinha sido determinada pela desembargadora Jaqueline Adorno, do Tribunal de Justiça do Tocantins.
O assunto é alvo de polêmica em Palmas, já que trabalhadores que continuam em atividade durante a pandemia reclamam de demora e longas esperas nos pontos de ônibus e nas estações. Além do fato de a prefeita Cínthia Ribeiro “defender” uma quarentena rígida, ao passo que aciona a justiça para conseguir que ônibus andem lotados pela capital.
Eli Borges questiona incoerência
Para o deputado federal Eli Borges (SD), a prefeita mostra-se um tanto incoerente ao defender o tema da lotação de ônibus do transporte coletivo, mas proibir cultos nas igrejas de Palmas, mesmo estas atendendo todas as medidas sanitárias recomendas pelo ministério da Saúde e da OMS.
“Lotar ônibus pode. Funcionar igreja com até 20% da lotação, com uso de máscaras, distanciamento, etc, não pode. É preciso agir”, disse Eli.
Borges ainda ressaltou que não é seu propósito fazer deste tema um assunto político, mas que tem uma missão de defender a liberdade religiosa, entre outros assuntos, e que de agora em diante não vai se calar.
“Com critério, pode e deve abrir igreja”, disse.
O deputado recentemente alertou que a liberdade religiosa está sob perseguição velada no Tocantins. A denúncia foi feita no plenário da Câmara dos Deputados.
Para o parlamentar tocantinense, as autoridades desconhecem a função essencial desempenhada na alma e sentimentos das pessoas pela Igreja e, devido a isso, tendem a cercear esse direito em nome de uma “proteção estatal” coletiva.
Desde o início da pandemia o deputado tem se colocado pela defesa do direito das igrejas continuarem a funcionar dentro das recomendações feitas pelas autoridades sanitárias e obedecendo aos devidos protocolos.
“A igreja nunca foi e nunca será distribuidora de coronavírus”, disse Eli Borges ao ressaltar que não busca a relativização da vida em sua defesa pelo funcionamento das igrejas, mas sim a garantia de um direito constitucional que, por motivos terceiros, tem sido tirado do segmento por autoridades que não gozam de bom senso no exercício da gestão.