O clima foi de pânico na última terça-feira (12) na cidade de Parauapebas após uma série de assassinatos ocorridos em diversos bairros, boa parte envolvendo jovens. Ao menos seis pessoas foram assassinadas após a morte do cabo da Polícia Militar, cabo Raimundo Nonato Oliveira de Sousa, conhecido no município por “Santarém”, de 51 anos.
Após a morte dele, a cidade viveu um clima tenso com o desencadeamento de uma série de assassinatos em pouco intervalo de tempo entre um e outro. Todas as vítimas foram mortas a tiros. Ainda não se sabe se as vítimas tinham ligação entre si. Pelas redes sociais, a todo instante eram postadas imagens de pessoas mortas em outras localidades como se fosse em Parauapebas, deixando muita gente em pânico e vários bairros ficaram desertos durante a noite.
Até a informação que a cidade passava por toque de recolher foi divulgada, mas logo a polícia desmentiu o fato. Mesmo assim, muita gente preferiu se trancar dentro de casa, com medo da violência. Moradores da cidade se diziam perplexo com a onda de crime em curto intervalo de tempo, coisa que que Parauapebas nunca tinha passado, segundo os moradores mais antigos da cidade.
Oficialmente, o Instituto Médico Legal (IML) e a Polícia Civil divulgaram na manhã quarta-feira (13), que foram, ao todo, cinco homicídios ocorridos ontem e dois na segunda-feira (11). Num total de sete mortes em menos de 24 horas na cidade, número que equivale a locais que se vivem conflitos armados.
Os crimes aconteceram nos bairros Nova Vida, Da Paz, Parque dos Carajás e Cidade Jardim. Na terça pela manhã, no Bairro Nova Vida II, foram mortos Mikael Oliveira, de 17 anos, e Luís Gustavo Lacerda, 23 anos. No Bairro da Paz foi executado Arthur Vieira Gama, 18 anos, que levou seis tiros.
À tarde e a noite foram mortos Hudson Santos Lima, 23 anos, executado no Bairro Parque dos Carajás II, e um homem até agora sem identificação no Bairro da Paz. Na segunda-fera, além do cabo Santarém, morto no Bairro Cidade Jardim, foi assassinado Robson Gonzaga dos Santos, de 20 anos, que teria tentado enfrentar a polícia a tiros e levou a pior.
De acordo com a diretora da 20º Seccional Urbana de Polícia Civil, delegada Yanna Azevedo, todos os crimes estão sendo apurados para tentar definir autoria e materialidade de cada um. Ela adiantou que já está na cidade uma equipe de policiais, vinda de fora, para ajudar nas investigações.
Yanna Azevedo chamou a atenção para as postagens que são feitas nas redes sociais e que acabam, como aconteceu ontem, levando pânico à população. A delegada alertou que quem faz esse tipo de postagem pode responder criminalmente. “As pessoas precisam chegar à veracidade dessas informações, para poder compartilhar”, aconselha a delegada, frisando que rede social não é campo sem lei. (Tina Santos)