Benefício foi prorrogado por mais três meses, mas valor continua o mesmo: entre R$ 150 e R$ 375. Dinheiro tem sido insuficiente diante do aumento dos itens básicos para sobrevivência.
Mais de 300 mil pessoas estão recebendo o auxílio emergencial do governo federal no Tocantins. O benefício foi prorrogado por mais três meses, mas o valor não está sendo suficiente para as despesas básicas diante do aumento dos alimentos, energia, gás e outros produtos essenciais.
A Dona Maria José, por exemplo, está desempregada e sobrevive atualmente só com o dinheiro do benefício. “É pouco, não dá de suprir minhas necessidades. O que eu recebo só dá de pagar água e energia. Eu tenho que sair para fazer diária para suprir as necessidades”, disse.
O benefício estava previsto para acabar no fim desse mês, mas foi prorrogado até outubro. Em todo o Tocantins mais de 300 mil pessoas recebem essa ajuda para sobreviver durante a pandemia.
São 150.438 homens e 151.178 mulheres. A maior parte, 78.760, têm entre 25 a 34 anos. Outros 39.183 beneficiários têm de 35 a 39 anos.
Apesar de ser estendido, os valores continuam os mesmos: entre R$ 150 a R$ 375. Com a alta dos itens básicos de consumo, como no caso dos alimentos, especialistas afirmam que é preciso pensar em estratégias para reajustar o auxílio.
“A gente está falando de um auxílio que consegue, no máximo, pagar o gás por mês e mais alguma despesa. A gente tinha que discutir, para além do auxílio, o valor dele também. Começou com R$ 600 e foi baixando ao longo do tempo. É importante discutir o valor no momento de aumento do preço das mercadorias”, disse o economista Evaldo Gomes.
O economista reforça que com o aumento do desemprego no país esse auxílio é essencial. “A gente não pode simplesmente encerrar o auxílio sem dar perspectivas para retomada, para reorganização da economia. A gente precisa, sim, superar o auxílio emergencial, mas dando emprego para as pessoas, reorganizando a economia junto com a iniciativa privada”, disse.
A dona Maria Raimunda é aposentada e dinheiro mal paga as compras do mês. Imagina então viver com apenas R$ 150. “Você tá vendo o preço do arroz, o preço da carne, o preço do frango. Tudo sobe. A gasolina, o gás tá tudo do jeito que está [sic] e cadê o nosso salário? Não tá aumentando nada”, reclama.