Umidade do ar abaixo de 30%, temperaturas acima de 30°C e ventos fortes contribuem para aumento dos focos de incêndio na região.
Com a chegada dessa época do ano, os moradores do Tocantins enfrentam um desafio recorrente e preocupante: as queimadas. Diversos fatores têm contribuído para o aumento dos focos de incêndio, gerando apreensão tanto entre as autoridades quanto entre os proprietários de terras. As condições climáticas adversas se tornam um terreno propício para as chamas se espalharem.
Segundo o tenente-coronel Alex Matos Fernandes, a segunda quinzena de agosto até o mês de setembro representa um período crítico. A umidade relativa do ar cai para níveis preocupantes, ficando abaixo de 30%, enquanto as temperaturas persistentemente superam os 30 °C. Rajadas de vento acima de 30 km/h também contribuem para a propagação das chamas, aumentando o risco de queimadas.
Recentemente, uma fazenda na zona rural de Porto Nacional foi atingida pelas chamas, comprometendo grande parte da produção de soja e milho planejada para o próximo plantio. Do total de 6 mil hectares de propriedade, cerca de 2 mil hectares foram afetados pelo incêndio. Graças aos esforços dos funcionários da fazenda e vizinhos, que criaram aceiros (faixas de terra sem vegetação) para conter o fogo, a destruição não foi ainda mais extensa.
Vídeos compartilhados nas redes sociais capturaram a magnitude das chamas, que resultaram em uma densa nuvem de fumaça, prejudicando a visibilidade ao longo da rodovia TO 050. Foram necessárias quase 24 horas de esforços contínuos para controlar o fogo. Infelizmente, várias áreas foram completamente devastadas, deixando um rastro de destruição.
A polícia científica esteve no local para conduzir uma perícia. Imagens capturadas no local e por satélites serão analisadas para subsidiar um inquérito a ser aberto pela polícia civil. O prejuízo é significativo, já que a recuperação da terra levará anos. Proprietários de terras, como Valdir Rossato, estão sofrendo as consequências diretas da perda.
Valdir Rossato, um dos donos da propriedade afetada, expressou sua preocupação em relação à produção agrícola muito antes dessa época crítica de incêndios. Ele enfatizou a importância de cuidar das áreas de matas e reservas legais, protegendo-as contra incêndios intencionais.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) reportou que, até o momento, já foram registrados 4.815 focos de incêndio no estado do Tocantins em 2023, um aumento preocupante em comparação ao ano anterior. Além disso, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emite alertas de baixa umidade para a região norte do estado, incluindo cidades como Araguaína, Araguatins, Augustinópolis e Xambioá, destacando o potencial perigo.
Neste cenário crítico, é crucial a conscientização sobre as práticas seguras e a colaboração de todos para minimizar os riscos e preservar o ecossistema local.