Justiça determinou prisão e afastamento de dez dos 11 vereadores de Augustinópolis, norte do estado. Polícia Civil investiga cobrança de propina para votar projetos da prefeitura.
Uma sessão realizada na Câmara de Augustinópolis na manhã deste sábado (26) deu posse para dez suplentes de vereadores. Nesta sexta-feira (25), a Justiça determinou a prisão temporária e o afastamento de dez dos 11 titulares. Apenas o presidente da Casa não foi afastado. A Polícia Civil investiga um esquema de propina que teria desviado R$ 1,5 milhão em três anos.
A operação Perfídia e investiga a cobrança de propina para aprovar projetos enviados pela prefeitura da cidade. Foram emitidos pela Justiça 14 mandados de busca e apreensão, dez de prisão temporária e três intimações para prestar depoimento. Apenas o vereador Antônio José Queiroz dos Santos (PSB) segue foragido.
Segundo a polícia, o grupo de vereadores chegava a receber R$ 40 mil por mês e a suspeita é de que houve um desvio de R$ 1,5 milhão em três anos.
Escutas telefônicas feitas com autorização judicial revelaram como funcionava o suposto esquema de corrupção. Os áudios mostram que os vereadores ficavam irritados quando a propina atrasava.
Durante a sessão de posse, os vereadores também fizeram uma votação para a presidência da Câmara. O atual presidente, Cícero Cruz Moutinho (PR), foi reeleito e vai continuar no cargo. O G1 ligou o parlamentar, mas as ligações não foram atendidas.
Os suplentes que tomaram posse são:
# Antônio Reinaldo Ferreira Gomes (PSDC)
# Josenildo Ferreira Barbosa (PRTB)
# Daniel Walison de Jesus Sousa (PSL)
# Frederico Guedes de Oliveira (PSC)
# Elias Madeira Pereira (PT)
# Solange dos Santos Araújo (PSDB)
# Marconcélio Assunção da Silva (PTB)
# Jarbas Fernandes de Andrade (PR)
# Edimar Cardoso de Oliveira (PR)
# Joacy Costa (PSB)
Entenda
A operação foi chamada de Perfídia e investiga a cobrança de propina para aprovar projetos enviados pela prefeitura da cidade. Foram emitidos pela Justiça 14 mandados de busca e apreensão, dez de prisão temporária e três intimações para prestar depoimento. O prefeito da cidade e o presidente da câmara não estão sendo investigados neste momento.
“Durante todo o monitoramento dos vereadores, em nenhum momento foi ouvido falar em benefícios que seriam para a população de Augustinópolis. Visavam apenas o locupletamento de dinheiro, extorquindo, de certo modo, a prefeitura para pagar valores para que aprovassem projetos oriundos da Prefeitura Municipal de Augustinópolis”, comentou o delegado Thyago Bustorff.
Os vereadores com mandado de prisão decretado são:
# Maria Luisa de Jesus do Nascimento (PP)
# Antônio Silva Feitosa (PTB)
# Antônio Barbosa Sousa (SD)
# Antônio José Queiroz dos Santos (PSB) – Foragido
# Edvan Neves Conceição (MDB)
# Ozeas Gomes Teixeira (PR)
# Francinildo Lopes Soares (PSDB)
# Angela Maria Silva Araújo de Oliveira (PSDB)
# Marcos Pereira de Alencar (PRB)
# Wagner Mariano Uchôa Lima (MDB)
Outro lado
O advogado Fábio Alcântara, que representa Maria Luisa de Jesus do Nascimento (PP) e Wagner Mariano Uchôa Lima (MDB), afirmou só vai se posicionar após ter acesso aos autos do processo.
A advogada Cássia Cayres também informou que não teve acesso ao processo e não pode se manifestar neste momento. Ela representa seis vereadores: Ozeas Gomes Teixeira (PR), Francinildo Lopes Soares (PSDB), Antônio Silva Feitosa (PTB), Angela Maria Silva Araújo de Oliveira (PSDB), Antônio Barbosa Sousa (SD) e Edvan Neves Conceição (MDB).
O G1 tenta contato com a defesa dos demais suspeitos e com a Prefeitura de Augustinópolis.