Circuito do Sesc chega a sua 23ª edição e apresenta um repertório com mais de cem compositoras e 21 grupos indígenas representando diversas etnias
A maior iniciativa brasileira de circulação musical está de volta. Promovido pelo Sesc, o Sonora Brasil chega a sua 23ª edição com a apresentação de um repertório inédito, composto por músicas de mais de cem compositoras brasileiras e 21 grupos indígenas de diversas etnias, que mostram toda a potência do projeto em divulgar as mais diferentes manifestações musicais do país. Em função da pandemia de COVID-19, o circuito não ocorreu em 2020 e, este ano, todos os espetáculos foram gravados em formato on-line, em mais de 20 estados, e serão transmitidos pelos canais de Youtube do Sesc em cada estado. Ao longo da sua trajetória, o Sonora Brasil já alcançou mais de 750 mil pessoas e realizou mais de seis mil concertos em todo o Brasil.
As abordagens apresentadas terão como temas as “Líricas Femininas – A presença da mulher na música brasileira” e “A Música dos Povos Originários do Brasil”. A temática de 2021 acompanhará a da última edição, realizada em 2019, já que os temas centrais do Sonora Brasil são definidos por biênios. O lançamento será no dia 19 de outubro e as exibições ocorrerão até o dia 12 de novembro, sempre às 18h30 (Povos Originários) e às 20h (Líricas Femininas). O calendário das transmissões está disponível na página do projeto (www.sesc.com.br/sonorabrasl) e todos os vídeos terão tradução para linguagem de libras, incluindo os espetáculos dos povos indígenas.
“A cada edição, o Sonora Brasil desbrava um universo de expressões musicais. Nesse ano, resgatamos as composições que guardam tradições regionais, passando por afro-brasilidades, composições indígenas e contemporâneas, MBP e até o rap. O projeto contempla toda a pluralidade da música brasileira e realiza um mapeamento de mulheres compositoras que é muito relevante. Com isso, o Sesc apresenta ao público, artistas e grupos que estão fora dos grandes centros, além de contribuir para a história e o acervo cultural nacional”, explica a analista de Cultura do Departamento Nacional do Sesc, Sylvia Leticia Guida.
As apresentações do Sonora Brasil são de caráter essencialmente acústico, como forma de valorizar a autenticidade musical das obras. Uma curadoria formada por profissionais do Sesc é responsável pela seleção dos temas e grupos que integram a programação. Para escolha dos artistas e grupos, foram consideradas questões sociais, ligadas à diversidade de ritmos, de territórios e de artistas. O projeto contempla ainda oficinas, rodas de conversas e exibição de filmes, que serão promovidas, também em ambiente on-line, por unidades do Sesc de todas as regiões do país. Os catálogos de todas as edições estão disponíveis para consulta no site do Sonora Brasil.
Temas, artistas e grupos:
“Povos Originários” apresentará a estética musical dos povos indígenas com apresentações de grupos de Norte a Sul do Brasil, alguns que foram montados especialmente para o projeto, e que traduzem ritos e festejos. Banda Kaymuan: Povo Tupinikim (ES); Bari Bay: Caminho do Sol (AC); Coral Guarani Aldeia Araponga (RJ); Coral Guarani − Aldeia Mata Verde Bonita: Tekoa Ka’ Aguy Ovy Porã (RJ); Grupo Dzubucuá: Povo Kariri-Xocó (AL); Grupo Increr: Povo Krahô (TO); Grupo Kruviana (RR); Grupo Memória Fulni-ô (PE); Grupo Nóg gã do Povo Kaingang (RS); Grupo Pintados do Tamariná: Povo Xokó (SE); Grupo Tàràpuir’ete: Grupo Teko Guarani do Povo Guarani Mbyá (RS); Grupo Wagôh Pakob: Povo Paiter Surui (RO); Maxakalis (MG); Oz Guarani e Coral TI Jaraguá: Povo Guarani (SP); Povo Pataxó (BA); Povo Sateré Maué: A miscigenação do Gambá de Maués (AM); Povo Tremembé de Almofala (CE); Povos Potiguara (PB); A música do povo “Waurá” (MT).
“Líricas Femininas” tem como objetivo trazer visibilidade à produção musical das mulheres. Ao todo, cerca de cem artistas, que participam pela primeira vez do Sonora Brasil, visitarão um repertório de mais de cem compositoras brasileiras. Entre as apresentações voltadas à música de tradição regional, estão Zenaide Parteira (AC); Mestra Ana da Rabeca (CE); Vó Mera (PB); Márcia Siqueira (AM); e Vera-Zuleika (MT). Afro-brasilidades com Nilze Carvalho (RJ); Célia Sampaio (MA); e Júlia Tizumba (MG). Música Indígena e ativismo: Márcia Kambeba (AM) e Narubia Werreria (TO). Rappers: MC Cida Aripória e Cléia Alves (AM). Cultura Pop: Isabela Huk (PR). Música Contemporânea: Clarissa Ferreira (RS). Nova MPB: Josyara (BA), Lívia Mattos (SP) e Sthe Araujo (SP) e Irma Ferreira (BA). Instrumentistas: Samara Líbano (RJ) e Nina Fola (RS).