O quarto do hotel foi preservado para exame pericial.
Uma modelo de 22 anos, que pediu para ter sua identidade preservada, afirma ter sido vítima de estupro pelo senador tocantinense Irajá Abreu (PSD), filho da também senadora Kátia Abreu (PP). O crime teria ocorrido na madrugada desta segunda-feira (23), conforme o boletim de ocorrência registrado no 14º Distrito Policial de Pinheiros, em São Paulo.
Segundo o relato da vítima à Polícia Civil, ela conheceu o senador durante um almoço com um grupo de amigas, no domingo (22), no Jockey Club. Ela diz que o acompanhou a uma casa noturna com um amigo dele, foi dopada, perdeu a consciência e acordou em um flat, no Itaim Bibi, já sendo abusada por ele.
No documento consta que a vítima acordou com o senador em cima dela, penetrando-a sem preservativo e dizendo frases como: “agora, você é minha” e “estou apaixonado”. Ela relatou à polícia que ficou com medo de apanhar e, por isso, não resistiu ao abuso. Contudo, pedia insistentemente para ir ao banheiro e tomar água, o que ele não deixava. Quando ela conseguiu ir ao banheiro, após dizer que estava passando mal, se trancou e começou a pedir socorro.
“Ela mandou mensagem para mim, na madrugada, para a mãe dela, para os amigos. Essa amiga foi até o hotel e mandava mensagem para esse senador e ele falava que estava sozinho no hotel, que ela não estava com ele. Aí, o pessoal da recepção subiu. Ela estava completamente transtornada”, disse um amigo da jovem. Ele contou também que funcionários do hotel foram à delegacia para depor como testemunhas e que a polícia foi até o hotel, entretanto, já não encontrou o senador.
A garota passou a manhã acompanhada do amigo, em um hospital da capital paulista, para realizar exames que comprovem a agressão sexual, além de toxicológicos, e para ser medicada. A polícia já trabalha na busca por imagens de câmeras de segurança da casa noturna e do hotel. O quarto do hotel foi preservado para exame pericial.
EM NOTA, SENADOR REPUDIA ACUSAÇÃO
“Foi com surpresa, decepção, tristeza e indignação que tomei conhecimento do episódio infame, maldoso e traiçoeiro envolvendo a minha vida e minha dignidade.
Eu sempre pautei minha vida profissional, pública e pessoal pela ética, respeito e retidão, sendo inimaginável ser acusado de algo dessa natureza.
O fato é que, como principal interessado na revelação ampla e total de toda essa farsa, solicitei que meu advogado, Daniel Bialski, reforçasse às autoridades responsáveis pela investigação do caso que requisitassem a realização de exame de corpo delito na acusadora para comprovar a verdade.
Ressalto que compareci espontaneamente à delegacia responsável pela apuração dos fatos e pedi para ser submetido, voluntariamente, a exame de corpo de delito e toxicológico, tudo para desmistificar o quanto aleivosamente alegado.
As filmagens, demais provas e testemunhas hão de repor a verdade no seu devido lugar e vir a declarar minha total e plena inocência.
Confio na polícia e na Justiça e sei que ficará provado que jamais houve nada que possa tangenciar qualquer comportamento inapropriado de minha parte.
Lamento muito ter sido envolvido nesse enredo calunioso e difamatório que busca manchar o meu nome em função da visibilidade momentânea da função que ocupo.
Reitero que aguardarei a conclusão das investigações antes de fazer qualquer nova manifestação. Não pretendo ser atirado para essa arena sórdida. A verdade aparecerá e eu a aguardarei com serenidade.
Declaro e reitero que não cometi ilícito algum e estou à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários.
Senador Irajá”