Semus capacita Agentes de Saúde para mapeamento e intervenção para prevenção de Hanseníase e Tuberculose

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Semus capacita Agentes de Saúde para mapeamento e intervenção para prevenção de Hanseníase e Tuberculose

A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Programa de Referência em Hanseníase e Tuberculose, realizou na manhã desta terça-feira, 29, uma capacitação para os Agentes Comunitários de Saúde – ACS’s com o intuito de orientar sobre a implementação do questionário de suspeição de Hanseníase e as estratégias de campanha de busca ativa dos pacientes sintomáticos respiratórios no Município.

A reunião, que aconteceu no auditório do Centro Cultural Mauro Cunha, reuniu mais de 200 ACS’s que puderam aperfeiçoar a compreensão acerca de novas práticas do enfrentamento à Hanseníase e Tuberculose em Gurupi. Além do questionário que receberam para aplicar na comunidade, os Agentes puderam tirar dúvidas e compartilhar experiências.

O plano de ação para detecção de novos casos de Hanseníase segue o cronograma do Projeto à Pele, Ministério da Saúde. Além da busca ativa aos pacientes sintomáticos, prevê ainda ações educativas nas escolas e nos setores com índices elevados de Hanseníase. O questionário será implementado no mês de abril e a previsão é consolidar e apresentar os números consolidados em junho deste ano.

“É muito importante a gente aperfeiçoar esse conhecimento, absorver o que está sendo apresentado e poder levar para a comunidade, nas nossas visitas diárias” afirma a Agente Comunitária de Saúde, Elisiane Pinto dos Santos, que atua na área do setor São Jorge, respectivamente à UBS Nova Fronteira.

Para a coordenadora do Programa de Referência em Hanseníase e Tuberculose, Clesia Monteiro Botelho, há o empenho de toda a rede pública de saúde para identificar e tratar da Hanseníase e Tuberculose, apesar do preconceito que existe entre os pacientes. “Queremos chegar a 100% de cobertura com o questionário de suspeição. Precisamos inibir a transmissão da doença e isso acontece identificando os sintomas e iniciando o tratamento”, afirma Clesia. Em Gurupi, o Programa possui uma equipe multidisciplinar, com médico dermatologista e pneumologista, psicólogos, fisioterapeuta, técnicos de enfermagem e conta ainda com o fornecimento de remédios e produtos para o tratamento adequado, como filtro solar e antibióticos. “Diagnosticar cedo é o elemento mais importante para evitar transmissão, complicações e deficiências” reforça a coordenadora Clesia.

Segundo o enfermeiro do Programa de Referência em Hanseníase e Tuberculose, Frederico Amorim Rocha, a pesquisa que será desenvolvida, compõe uma ação do Ministério da Saúde e por meio dos ACS’s será possível mapear os pacientes sintomáticos respiratórios, com busca ativa. “Identificando os pacientes sintomáticos poderemos fazer o diagnóstico precoce da tuberculose, para que haja um tratamento adequado ao paciente, evitando danos e sequelas, além da transmissão” afirma Frederico. Ele ainda reforça que em razão da pandemia, as atividades ficaram suspensas e retraíram a identificação da doença.

Hanseníanse em Gurupi

Atualmente, em Gurupi, existem 47 pacientes em tratamento para Hanseníase, todas as Unidades Básicas de Saúde – UBS possuem pacientes em tratamento para a doença. Segundo a enfermeira do Programa de Referência, Gilvânia Cabral, a Hanseníase é uma das doenças mais antigas que acompanham a civilização, existe referência a ela até nos textos bíblicos, e vem acompanhada de muito preconceito, causado pela falta de informação da população em relação à doença. “O preconceito inibe as pessoas com sintomas de procurarem a rede pública de saúde, o que pode ocasionar sequelas irreversíveis da doença” explica Gilvânia, durante palestra direcionada aos Agentes Comunitários de Saúde.

A transmissão da Hanseníase ocorre por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse e espirro, em contatos próximos e frequentes com doentes que ainda não iniciaram tratamento ou estão em fases adiantadas da doença. Por isso todas as pessoas que convivem ou conviveram com o doente devem ser examinadas. A enfermeira Gilvânia enfatiza que, “mesmo sendo uma doença curável com tratamento gratuito pelo SUS, a incidência de pacientes com lesões de pele que não procuram os serviços de saúde para investigação é alta, por vergonha, desconhecimento ou preconceito”.

Quanto mais cedo for o diagnóstico da Hanseníase melhor, porque o tratamento cura a doença, interrompe a transmissão e previne as sequelas. É muito importante procurar um serviço de saúde quando há sintomas e espalhar essas informações para que todos saibam se cuidar.

A Hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade. Caracteriza-se por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes.

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