Atividade está em franca expansão no estado
Entender a fisiologia da seringueira e realizar o manejo correto para a extração do látex foram os principais objetivos do curso de “Heveicultura – Sangria das Seringueiras”, realizado em Marianópolis, região do Vale do Araguaia. A iniciativa é uma parceria do Senar com o Ruraltins e surge num momento em que a atividade começa a ganhar destaque no Tocantins e a atrair a atenção de muitos produtores.
O mercado de látex é promissor em solo tocantinense e atualmente já existem mais de 6 milhões de árvores plantadas em todo o estado. Uma área expressiva da cultura está no município de Marianópolis, no Vale do Araguaia. Na fazenda Anajás, onde o treinamento foi realizado, existem 200 mil árvores plantadas, onde 50 mil delas já estão em fase de produção.
Participaram do curso sobre fisiologia e o manejo das seringueiras, instrutores do Senar Tocantins e técnicos do Ruraltins. Alguns produtores interessados na cultura também acompanharam o treinamento. É o caso de Edilvan Pereira, do município de Pium. Ele já tem uma plantação da cultura e aguarda ansioso o início da sangria: “a partir desse curso, fiquei mais tranquilo e não vejo a hora de começar minha colheita”, disse. Na primeira safra, o produtor pretende extrair 247 kg de borracha por mês, por hectare.
NOVOS INSTRUTORES
O instrutor do Senar, Alarico Neto, vai ser multiplicador da atividade. Para ele, a cultura depende de muita técnica e exige preparo e atenção. “Os profissionais saíram prontos para atender às exigências dos interessados na cultura da seringueira”. Já Rogério Lopes, outro instrutor, o curso foi importante para clarear sobre o acompanhamento da evolução das árvores e “até mesmo nos deixar conscientes da realidade do dia a dia no seringal”, destacou.
Para a superintendente do Senar, Rayley Campos Luzza, a instituição está atenta aos movimentos da atividade rural no Tocantins e percebendo novos cenários, como a do crescimento dos seringais, o Senar foi em busca de qualificação para estar preparado para atender às demandas do setor. “Além desse treinamento agora, que já qualifica nossos profissionais para o início das atividades, o Senar também realiza capacitações continuadas para que estejamos alinhados ao que existe de mais atual e inovador no segmento”, garantiu.
Já o Diretor de Educação Profissional Rural, Luiz Claudio Faria, destaca que a meta é que o curso sobre as seringueiras faça parte do portfólio de treinamentos do Senar para 2023. “Vamos qualificar mais instrutores ainda porque o potencial é expressivo. A sangria é um trabalho delicado que exige dos profissionais foco e agilidade, duas qualidades que se adquire com um treinamento de qualidade e prática do trabalho”, afirmou.
MANEJO CORRETO
A pesquisadora científica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Elaine Piffer, foi a instrutora do curso. Especialista na área, ela explicou que muitos produtores desistiram da atividade porque erram no manejo dos seringais. Por isso, a qualificação técnica de profissionais é fundamental para estimular o crescimento da atividade no Tocantins.
Ainda segundo ela, existem fatores que interferem na produção e na longevidade do seringal e geralmente quem não passa pelo treinamento, ou não tem o acompanhamento técnico adequado, acaba usando produtos e estimulantes de forma inadequada, o que pode ocasionar o secamento precoce e morte das plantas. A pesquisadora aposta no sucesso da atividade na região.