Prefeito decreta estado de calamidade pública na cidade do Rio de Janeiro por causa da chuva

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Prefeito decreta estado de calamidade pública na cidade do Rio de Janeiro por causa da chuva

Decreto permite execução de medidas sem autorização do Legislativo; também foram liberados R$ 40 milhões que estavam contigenciados. Dez pessoas morreram em temporal.

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, decretou nesta quinta-feira (11) Estado de Calamidade Pública por causa da chuva. O decreto foi publicado no Diário Oficial do município e garante à Prefeitura o poder de, por exemplo, executar medidas excepcionais sem autorização do Legislativo. Isso inclui a realocação de verbas e cortes de serviços para priorização em outras áreas.

Com o decreto, de validade de 180 dias, também fica autorizado o descumprimento de alguns artigos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A contratação sem licitação fica permitida para casos de situações graves.

Também no Diário Oficial do município do Rio foi publicada a liberação de R$ 40 milhões em verbas contigenciadas desde fevereiro. Este recurso, segundo o decreto, será usado em investimento de drenagem e manutenção da rede de águas pluviais da Zona Oeste da cidade, uma das regiões mais afetadas.

Decreto de estado de calamidade do município do Rio de Janeiro, publicado nesta quinta-feira (11) no Diário Oficial — Foto: Reprodução/GloboNews

Decreto de estado de calamidade do município do Rio de Janeiro, publicado nesta quinta-feira (11) no Diário Oficial — Foto: Reprodução/GloboNews

Chuva mais forte em 22 anos

O temporal que atingiu a capital fluminense a partir do fim da tarde de segunda (8) causou a morte de 10 pessoas. Segundo o Alerta Rio, órgão da Prefeitura, foi a chuva mais forte dos últimos 22 anos.

Houve deslizamentos de terra, ruas alagadas e carros ficaram boiando na água em bairros das zonas Sul e Oeste. O estágio de crise começou às 20h55 de segunda-feira e permanecia na manhã desta quinta, quase 60 horas depois, quando a Região Metropolitana do Rio ainda vivia os impactos do temporal e sete vias da capital permaneciam interditadas.

Dentre as vítimas do temporal, uma senhora, a neta e um taxista morreram dentro de um táxi ao serem soterrados durante um deslizamento de terra em Botafogo. No Leme, outro deslizamento causou a morte de duas irmãs que moravam em casas vizinhas no Morro da Babilônia.

A ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, caiu pela 4ª vez. Aulas chegaram a ser suspensas, e só começaram a ser retomadas na quarta-feira.

Carros são atingidos devido a forte chuva na cidade do Rio de Janeiro, nesta terça-feira — Foto: Daniel Castelo Branco/Agência Castelo Branco/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Carros são atingidos devido a forte chuva na cidade do Rio de Janeiro, nesta terça-feira — Foto: Daniel Castelo Branco/Agência Castelo Branco/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

O decreto

Defesa Civil e estado de calamidade

Em entrevista ao Bom Dia Rio desta quarta, o coronel Roberto Robadey, chefe da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, afirmou que o decreto de situação de emergência ou estado de calamidade era condição fundamental para que outras esferas de poder pudessem ajudar no socorro às vítimas da chuva. Ele afirmou que estava à disposição da Prefeitura do Rio.

“O município do Rio de Janeiro não decretou situação de emergência e nem estado de calamidade pública porque ele consegue suportar, ou julga que consegue suportar, os efeitos dessa chuva por meios próprios”, destacou Robadey.

No mesmo dia, em entrevista concedida no Jardim Maravilha, na Zona Oeste, um dos lugares mais atingidos, o prefeito Marcelo Crivella afirmou que era preciso “olhar para frente” e negou que iria decretar estado de emergência ou calamidade.

“Hoje nós precisamos ter bom ânimo e enfrentar os problemas que não são só de agora. A última dragagem desde Rio foi feita em 96. É claro que nós temos que ter prioridades e a prioridade agora nesse momento é retomar essa dragagem, vamos dragar 2,5 quilômetros. Daqui sairão centenas de caminhões e vamos insistir com Brasília para que esse projeto seja feito como tem que ser feito”, explicou Crivella.

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