Autoridades cumprem mandados de busca e apreensão no DF e em, pelo menos, sete estados. Licitação sob investigação chega ao valor de R$ 73 milhões
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) cumpre, na manhã desta quinta-feira (2) 74 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em sete estados da União (SP, ES, RJ, BA, GO, SC, PR) na operação “Falso Negativo”.
Os agentes de segurança apuram ilegalidades praticadas em contratações que envolvem testes para detecção da covid-19. Os mandados foram expedidos pela Justiça Criminal de Brasília.
Existem fortes indícios de superfaturamento na compra dos insumos e ainda evidências de que marcas seriam ineficientes ou de baixa qualidade para a detecção da covid-19. A soma dos gastos na licitação sob investigação supera o valor de R$ 73 milhões.
São investigados os crimes de fraude em licitação, crime contra a ordem econômica e corrupção ativa e passiva.
O processo corre em sigilo. Durante a operação e as investigações, o Gaeco tem tomado todas as cautelas em relação à situação de pandemia e à delicadeza do momento.
No DF, a Polícia cumpre 22 mandados de busca a apreensão em 3 empresas e 9 endereços residenciais e o principal alvo é a própria Secretaria de Saúde e o Lacen (Laboratório Central). Em nota, a Secretaria afirmou que testes foram aprovados e testados pela Anvisa.
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde do DF emitiu a seguinte nota de esclarecimento:
“Todos os testes comprados, recebidos através de doações ou enviados pelo Ministério da Saúde, têm o certificado da Anvisa e, portanto, foram testados e aprovados pelo órgão Federal.
Quanto aos preços, representam os valores praticados no mercado e as compras foram efetuadas avaliando as marcas apresentadas, os certificados de qualidade e os menores preços apresentados pelas empresas nas propostas”.