Estelionatário se apresentava como policial civil, mantendo réplica de uma pistola. Promessa de pagamento de boletos por comissão abaixo do valor da dívida atraía vítimas
A Polícia Civil do Tocantins deflagrou, na tarde desta quinta-feira (4), em Palmas, a operação “Stellio”, que resultou na prisão de um casal suspeito de praticar golpes estimados em mais de R$ 400 mil reais na Capital.
Os dois foram presos, mediante cumprimento a mandados de prisões preventivas, sendo que o homem foi capturado, quando estava em um veículo, na ponte que liga o Distrito de Luzimangues a Palmas, e a mulher quando estava na residência do casal, no setor Santa Fé, região Sul de Palmas. Ao ser abordado, J.S.C estava de posse de duas munições calibre 22, bem com a quantia em dinheiro de R$ 2.570 reais.
Conforme o delegado Evaldo de Oliveira Gomes, responsável pelas investigações, J.S.C, vulgo “Javali”, de 26 anos, e sua companheira L. S. R, de 21 anos. estavam praticando crimes de estelionato na Capital. O indivíduo se aproveitava da prática de crimes anteriores, como furto mediante fraude, via internet, e, dessa maneira, era procurado por pessoas atraídas por falsas promessas de pagamento de boleto, além de outros golpes semelhantes. No entanto, após receber a comissão cobrada, o suspeito desaparecia e as vítimas arcavam com o prejuízo.
“Nossas investigações apontavam que J.S.C já era conhecido por atuar como hacker e aplicar golpes via internet. Dessa forma, com os contatos obtidos, ele migrou para a modalidade de estelionato, pois prometia o pagamento de boletos diversos, por preços muito abaixo da dívida real, o que acabava seduzindo as vítimas, que lhe entregavam uma comissão, em torno de 20% do valor da dívida, mas nunca mais viam o suspeito, que acabava fugindo com o dinheiro e não efetuava o pagamento dos boletos”, disse o delegado.
Vale ressaltar que, para reforçar o esquema criminoso, J.S.C, que já possui várias passagens por crimes de estelionato e falsidade ideológica, se apresentava como policial civil lotado na Delegacia Especializada em Investigações Criminais – DEIC, de Palmas, e. inclusive, portava uma réplica perfeita de uma pistola calibre .40, para intimidar as vítimas e tentar dar ares de legalidade à fraude, fazendo crer que, realmente, era um policial.
De acordo com as investigações, que começaram a cerca de seis meses e foram conduzidas pelo delegado Wanderson Chaves de Queiróz, o casal pode ter auferido algo em torno de R$ 400 mil reais, em lucros, sendo que inúmeras pessoas podem ter sido vítimas do casal. “Importante ressaltar que a companheira do suspeito é co-autora dos crimes, uma vez que o dinheiro obtido de forma ilegal era transferido para a conta da mulher e, assim, movimentado”, frisou Evaldo de Oliveira.
Os dois foram conduzidos até à sede da unidade policial, onde o delegado deu cumprimento aos mandados judiciais de prisão contra os suspeitos. Na ocasião, J.S.C também foi autuado em flagrante pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Após a realização das providências legais cabíveis, o homem foi encaminhado à Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP) e a mulher foi recolhida à Unidade Prisional Feminina de Palmas. Ambos permanecerão à disposição do Poder Judiciário.