Segundo levantamento, de janeiro a julho do ano passado, foram registradas 865 ocorrências em Palmas. No mesmo período deste ano, foram 640 casos.
A Polícia Militar registrou uma queda no número de ocorrências relacionadas à violência contra a mulher, em Palmas. De janeiro a julho deste ano, foram 640 atendimentos relacionados ao crime. No mesmo período do ano passado, o número foi maior, 865 casos. A instituição acredita que haja subnotificação e realiza uma campanha para incentivar denúncias.
Os dados são do Sistema Integrado de Administração e Despacho (SIAD), vinculado ao SIOP, onde as vítimas ligam para fazer denúncias e acionar os policiais militares. Os números referentes a agosto ainda não foram divulgados.
A violência, em muitos casos, termina em morte. No dia 31 de julho, uma mulher foi encontrada morta em uma via na região sul de Palmas. Segundo informações da Polícia Militar (PM), a vítima estava com as mãos e pés amarrados. Ela estava apenas de calcinha e foi arrastada por cerca de 250 metros.
O suspeito do crime é um jovem, de 23 anos, preso no dia 10 agosto. De acordo com a polícia, o homem contou que conheceu a mulher no dia 30 de julho. Eles saíram juntos e foram para uma casa onde se desentenderam. Ele alegou que teria sido agredido e revidou, esganando a vítima.
A diferença entre os números deste ano e do ano passado representa uma queda de 26%. A redução, a princípio, poderia ser positiva. Mas, segundo a polícia, uma das justificativas está relacionada à falta de denúncia por parte das vítimas.
“Um dos fatores que podem contribuir com esse dado é a questão da pandemia. A gente tem uma diminuição no fluxo de pessoas, de festas, de atividades externas. Mas também pode ser a questão da subnotificação. É em virtude dessas subnotificações que nós estamos com essa campanha de mobilização e conscientização das pessoas para divulgar os casos nos canais de denúncias”, explicou o comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, o tenente-coronel João Leyde De Souza.
Para incentivar as mulheres que sofrem violência, os policiais estão percorrendo órgãos e estabelecimentos comerciais para distribuir adesivos, com a seguinte frase: “Violência contra a Mulher. Denuncie. Ligue 180/190”. A intenção é visitar locais de maior circulação de pessoas, onde os cartazes serão fixados. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa), farmácias, shoppings e supermercados receberam orientações, conforme a polícia.
O comandante explicou que há dois canais principais de denúncia para os casos de agressões, e é importante que a sociedade saiba a diferença entre eles.
“O 180 servirá para orientações, apoio e denúncia da mulher vítima de violência ou de terceiros, em casos onde não há risco iminente a integridade física. Já a central 190 deverá ser acionada, preferencialmente, em casos de emergência”, explicou.
No mês de agosto, considerado Agosto Lilás, houve uma campanha em todo o país para divulgar a lei Maria da Penha. Em Palmas, militares responsáveis pelos atendimentos no plano diretor, se reuniram para receber orientações sobre a forma correta no atendimento destas ocorrências. A roda de conversa também teve a participação da comandante da Patrulha Maria da Penha em Palmas, capitã PM Flávia Roberta.