Pix: sistema movimenta mais de R$ 1,4 trilhão por mês

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Pix: sistema movimenta mais de R$ 1,4 trilhão por mês

O impacto revolucionário do Pix em apenas três anos

O Pix ainda não completou 3 anos, mas muita gente nem se lembra como eram feitas as transferências bancárias antes dele. Aliás, segundo informações do Banco Central, 71,5 milhões de pessoas que nunca haviam feito uma transferência bancária na vida passaram a usar o sistema digital para fazer essas transações. Isso abriu o sistema financeiro para milhões de pessoas.

A secretária Bruna Napoli, de Cascável (PR), sempre usou a tecnologia bancária para pagamentos, mas, segundo ela, nada comparado à “era do Pix”. Ela costuma dizer que “vive de Pix”.

“Todo tipo de conta que é possível pagar com o Pix, eu pago. Desde mercado, gasolina, algumas contas como a de luz, restaurante. Eu praticamente aposentei meu cartão.”

O Pix foi criado em 2020, mas começou a ser desenvolvido lá atrás, em 2014, quando o Banco Central quis criar uma forma de transação mais barata e simplificada para o varejo. Seis anos mais tarde ele saiu do papel. Mas o sucesso foi imediato e desbancou — em pouco tempo —  as transferências (DOCs, TEDs) e o cheque. Hoje, em termos de volume de transações, só perde mesmo para o cartão de crédito.

Um terço das transações bancárias brasileiras são feitas via Pix, o que substituiu as negociações em dinheiro e trouxe mais segurança, praticidade e economia para o comércio. É o que comenta a empresária Ana Aline Pereira.

“Mesmo algumas transações pequenas são feitas no Pix. E a facilidade do Pix é que a pessoa não precisa se preocupar de sair de casa com cartão, que tem aproximação, que vai ter algum risco, ser roubado. A pessoa leva o celular e resolve tudo com ele. E isso é uma praticidade que as pessoas estão adquirindo cada vez mais.”

Números do Pix

Os números que o Pix carrega não são apenas grandes, mas estão em pleno crescimento. Atualmente, segundo o BC, são feitos 3 bilhões de transações por mês pelo sistema instantâneo.

Pix nas empresas

Quando foi lançado, o Pix representava apenas 5% das transações das empresas. Em dezembro de 2022, já eram 24%, e vem aumentando desde então. O pagamento com QR code facilitou ainda mais essas transações. Hoje, mais de 70% das empresas com relacionamento bancário usam o Pix.

Segundo o advogado Marcelo Godke, especialista em direito bancário e professor da FAAP, a popularidade do Pix pode ser atribuída a alguns fatores, como o barateamento das transações.

“Não há o pagamento de uma taxa, que às vezes até ultrapassa 5% do valor do produto vendido. Então para o estabelecimento ficou muito barato, ele paga uma pequena taxa para o seu banco, para usar o Pix, e poder receber dinheiro, mas ele não paga os 5% de cada operação cursada.”

A empresária Ana Aline também cita esse barateamento como uma das grandes vantagens.

“O Pix diminuiu o trânsito de dinheiro e também diminuiu um pouco o nosso custo, porque recebendo via Pix a gente deixa de pagar a taxa do cartão de débito, o que é positivo para a gente.”

Segundo o Banco Central, desde o lançamento dessa funcionalidade, já se previa uma grande adesão das pessoas graças a facilidades como: o agendamento de transações, os pagamentos com vencimento, a sincronização com a agenda do celular. Mais tarde ainda surgiram o Pix Saque e o Pix Troco. Para o advogado Marcelo Godke, esses são alguns dos fatores que ajudaram a popularizar o Pix.

“Uma questão cultural é que as gerações mais novas se acostumaram muito rapidamente a usar o Pix, elas têm uma facilidade muito grande. O facilitador de ter toda a vida ali no celular, a pessoa não tem que sair com uma carteira cheia de cartões, ela sai com o celular que faz o Pix.”

Segurança

Para aprimorar a segurança do sistema, pouco tempo depois de lançado, o limite de transações noturnas foi limitado. Mas, pela própria natureza do Pix, toda transação feita por ele é praticamente irreversível: “uma vez que o dinheiro foi enviado, é muito difícil reavê-lo” , explica o advogado.

“Em primeiro lugar, a pessoa tem que tomar muito cuidado e se certificar de que ela está transferindo para a pessoa certa. Segundo, como via de regra a gente faz o Pix por meio de um dispositivo móvel, a gente tem que redobrar a atenção com esse dispositivo. A minha sugestão é a pessoa redobrar o cuidado dela com o dispositivo móvel de uma lado, e de outro, instalar algum aplicativo que exija uma pré-senha, ou seja, uma senha antes de acessar o aplicativo do banco para digitar a senha do app do banco.”

Agenda evolutiva do Pix

O próximo lançamento é o Pix Automático, que vai possibilitar que sejam feitos pagamentos recorrentes por esse meio de transação.

O advogado Marcelo Godke explica que essa novidade vai substituir uma série de serviços de natureza bancária — voltado para transferência de dinheiro e meios de pagamento — e tudo isso deve convergir para o Pix.

“Essa modalidade do Pix deve substituir o boleto ou os agendamentos que a gente faz de contas que são pagas reiteradamente, por exemplo: conta de água, luz, cartão de crédito, internet, que todo mês vem uma fatura. A gente coloca no débito automático e agora esse agendamento vai poder ser feito de maneira automática. Colocando no Pix Automático, ele vai substituir esse agendamento que hoje a gente faz por boleto ou em relação a essas contas que a gente recebe reiteradamente.” 

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