A pesquisa científica tem avançado no Tocantins, na área da saúde, por exemplo, o Governo do Estado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt), em parceria com o Ministério da Saúde executa o Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS) – Gestão Compartilhada em diversas regiões: central, norte e sul do Estado. Estão em andamento, importantes projetos que visam a melhoria da gestão de saúde, e prospectam transformar os resultados das pesquisas em iniciativas inovadoras. A importância social dos estudos tem sido acompanhada pela equipe da Fapt que tem fomentado, apoiado, contribuído com a divulgação científica das experiências bem-sucedidas dos pesquisadores tocantinenses.
No município de Araguaína por exemplo, tem quatro projetos do PPSUS que estão sendo desenvolvidos por pesquisadores da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia – EMVZ da UFT (Universidade Federal do Tocantins), os quais contam com a participação de alunos de iniciação científica, mestrandos e doutorandos de diversas áreas do conhecimento. Desta forma os professores com doutorado juntamente com sua equipe de trabalho, tem identificado os problemas de saúde visando o levantamento de soluções para o poder público municipal, estadual e federal a fim de aperfeiçoar ações que contribuam com o desenvolvimento econômico, através do resultado dos estudos científicos na área de saúde para que se transformem em políticas públicas.
Projetos de Inovação em saúde
A professora doutora em Ciências Veterinárias, Helcileia Dias, da EMVZ da UFT, estuda o mosquito palha, vetor da leishmaniose, doença conhecida como calazar. A Pesquisa verifica o período que há maior quantidade mensal do mosquito por região e o tipo de animal que está sendo mais utilizado como fonte de alimentação do vetor da doença. O trabalho está sendo executado em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses de Araguaína (CCZ), que está instalando armadilhas para captura do mosquito em bairros estratégicos da cidade onde há maior incidência da doença em humanos. Os insetos serão encaminhados para o Laboratório de Entomologia do CCZ e em seguida serão submetidos a análises no Laboratório de Parasitologia da universidade. “Nosso objetivo é concluir o estudo em novembro de 2021 a fim de contribuir com dados científicos para a elaboração de planos mais eficazes no combate ao calazar em Araguaína, além de favorecer medidas de educação em saúde relacionadas à doença”, relatou a professora.
O Doutor em Ciência Animal, José Carlos Ribeiro Júnior da EMVZ da UFT, desenvolve o estudo que determina o risco microbiológico e químico dos alimentos de origem animal clandestinos que são comercializados em Araguaína. O objetivo é apresentar os resultados à Vigilância Sanitária, a fim de apontar uma solução no que tange a minimização do risco a saúde pública. O estudo iniciou em 2020, e até o momento foram analisadas amostras de produtos comercializados sem inspeção municipal, estadual como frango caipira, carne bovina e queijo, onde foi observado a presença de microrganismos que podem causar cólera, diarreia e outras síndromes infecciosas aos consumidores. A próxima etapa é a análise do camarão e dos ovos caipira, tanto na casca como no conteúdo. O estudo tem previsão para ser concluído em 2021.
O Doutor em Neurociências, Fabiano Mendes de Cordova da EMVZ da UFT, concluiu um estudo sobre distúrbios neurológicos induzidos por deficiência de Tiamina (Vitamina B1). A pesquisa, realizada com animais de laboratório, aponta que o tratamento da doença em fase aguda ou em episódios recorrentes, associando a vitamina com substâncias de ação antioxidante ou anti-inflamatória, melhora a recuperação e reduz as possibilidades de sequelas, se comparado ao tratamento padrão com o uso da tiamina isoladamente. A pesquisa científica foi realizada num período de 24 meses e se encontra em fase final.
A Doutora em Medicina Veterinária, Bruna Alexandrino da EMVZ da UFT, está realizando uma pesquisa que trará resultados sociais e novas estratégias de trabalho ao SUS visando a prevenção da Leishmaniose Visceral em doadores de sangue. O trabalho está sendo realizado com amostras de sangue do Hemocentro de Araguaína. Resultados parciais sugerem que seria viável incluir o diagnóstico sorológico para a Leishmaniose Infantum na triagem dos doadores de sangue e desta forma transformar essa ação em política pública.
Desafio
Atualmente a Fapt gerencia 13 projetos do PPSUS no Estado, o que representa um investimento de R$ 600 mil reais em estudos científicos na área de saúde. “O nosso desafio é angariar recursos para transformar o resultado das pesquisas em inovação, e isso só será possível por meio da articulação entre comunidade científica, instituições de ciência, tecnologia e inovação, gestores de saúde e parlamentares que entendem a importância do investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para que o estudo se transforme em políticas públicas e melhore o sistema de saúde através do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS)”, explicou o presidente da Fapt, Márcio Silveira.
Visita técnica
Nos dias 08, 09 e 10 de dezembro, os coordenadores dos projetos do PPSUS receberam a visita técnica da Assessora de Projetos de Saúde da Fapt, Adriana Arruda que acompanhou de perto o andamento dos estudos. “Observamos, determinação, persistência, dinamismo, o compromisso e acima de tudo a expertise dos pesquisadores no desenvolvimento dos estudos científicos que visam soluções para à gestão pública. No entanto, a incorporação dos resultados das pesquisas no SUS, é um desafio para os atores sociais e requer articulação visando a criação de estratégias efetivas que promovam resultados sociais e economicamente satisfatório”, esclareceu Adriana.
“Durante a visita técnica, mostramos a realidade do trabalho do pesquisador, a laboriosidade no desenvolvimento dos projetos científicos, suas limitações na execução e ainda nos possibilitou dar um feedback como os recursos financeiros foram investidos na pesquisa”, explicou o Pós Doutor em Ciência Animal que atua na Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia – EMVZ da UFT (Universidade Federal do Tocantins), Prof. PhD, José Carlos Ribeiro Júnior.