Pesquisa do Sebrae publicada em julho de 2018 mostra que as MPE geraram 755,5 mil postos de trabalho com carteira assinada para pessoas que ingressaram no mercado formal
As micro e pequenas empresas (MPE) são a principal porta de entrada para o mercado de trabalho formal no Brasil. Essa constatação é resultado de pesquisa inédita realizada pelo Sebrae a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de 2017. Segundo o levantamento, os pequenos negócios deram a primeira oportunidade de emprego para a maioria (55%) do total de 1,4 milhão de pessoas que assinaram a carteira de trabalho pela primeira vez no ano passado. Enquanto isso, as médias e grandes empresas (MGE) absorveram 44% dessa mão de obra e as empresas da Administração Pública, o 1% restante.
De acordo com a pesquisa do Sebrae, 69,5% das 755,5 mil pessoas que foram contratadas pelas MPE e que tiveram a carteira assinada, pela primeira vez, em 2017, eram jovens com até 24 anos de idade. Os trabalhadores do sexo masculino foram maioria, representando 54% da mão de obra contratada pelos pequenos negócios e 56% das MGE. Além disso, mais da metade dos trabalhadores que se iniciaram no mercado de trabalho (56%), por meio dos pequenos negócios, em 2017, possuía ensino médio completo.
Outro dado revelado pelo levantamento do Sebrae mostra que a maior concentração do primeiro emprego, entre as MPE, aconteceu nos setores de Comércio e Serviços. Nos pequenos negócios do Comércio, em 2017, ingressaram pela primeira vez no mercado de trabalho 297,2 mil trabalhadores, sendo a maioria do sexo feminino. Já as MPE do setor de Serviços empregaram um quantitativo pouco menor de iniciantes no mercado de trabalho (271,4 mil), sendo 53% deles do sexo feminino. Juntos, Comércio e Serviços responderam por 75% do total do primeiro emprego nas MPE, em 2017 (Comércio = 39%; Serviços = 36%).
Tocantins
Ainda conforme a pesquisa do Sebrae, o Pará foi o estado da região Norte que se destacou no primeiro emprego, em 2017, seguido por Rondônia, Amazonas e o Tocantins. Os pequenos negócios tocantinenses empregaram 1,4 mil trabalhadores do sexo masculino, iniciantes no mercado de trabalho e mil do sexo feminino.
Proprietário de uma empresa de materiais para cozinha, Arthur Seixas viu em 2017 a oportunidade para executar um plano de expansão e gerar novas vagas. “Em 2017 abrimos três novas vagas para jovens que estavam no mercado a procura de emprego e qualificação profissional. Nesse último ano vimos a necessidade de ampliar a equipe para acompanhar o crescimento previsto para a empresa no mercado em 2018”, explicou.
Para o gerente institucional do Sebrae Tocantins, Roberto Morais, o resultado dessa pesquisa demonstra o crescimento da atividade empreendedora diante do cenário econômico do país nos últimos anos. “As pessoas começaram a empreender não por oportunidade, mas por necessidade. Esse crescimento de pequenos negócios fez com que a demanda por contratações aumentasse, gerando oportunidade, principalmente para quem procura o primeiro emprego”, destacou.