Comparação entre a atuação de Israel na Faixa de Gaza e o Holocausto gera forte reação política e ameaça de afastamento De Lula.
O discurso de Luiz Inácio Lula da Silva, comparando a atuação de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto provocado por Hitler, desencadeou uma reação sem precedentes na Câmara dos Deputados. Mais de uma centena de assinaturas já foram reunidas em um pedido de impeachment contra Lula, estabelecendo um recorde na atual legislatura.
Até o momento, 108 parlamentares, incluindo membros de partidos da base do presidente, endossaram o pedido de afastamento, que deverá ser protocolado nesta terça-feira, 20 de fevereiro, pela deputada Carla Zambelli (PL-SP). A justificativa apresentada é de que Lula teria exposto o Brasil ao perigo de guerra, o que seria passível de crime de responsabilidade. Além disso, o grupo extremista Hamas expressou gratidão a Lula pela declaração, o que agravou ainda mais a controvérsia.
Para contextualizar, em 2021, a oposição a Bolsonaro anunciou um “superpedido de impeachment” do então presidente, com 41 assinaturas, devido à atuação do governo durante a pandemia. No entanto, o atual pedido contra Lula ultrapassa significativamente esse número, demonstrando a gravidade percebida pelos parlamentares em relação às declarações do mandatário.
É importante ressaltar que a Câmara dos Deputados possui um total de 513 cadeiras, o que torna o apoio ao pedido de impeachment contra Lula ainda mais expressivo.
Este não é o primeiro episódio envolvendo questões diplomáticas que coloca o mandato de Lula sob escrutínio. Em junho de 2023, um outro pedido de impeachment foi motivado após o presidente convidar Nicolás Maduro para uma agenda no Brasil e fazer comentários controversos sobre a Venezuela, sugerindo que o país seria alvo de “narrativas” construídas por opositores. Esses eventos demonstram a sensibilidade e a polarização presentes na política brasileira, especialmente em questões internacionais.
