Déficit de R$ 41 bilhões e queda de receitas preocupam governo federal
O Tesouro Nacional divulgou na quinta-feira, 30, que as contas públicas do governo federal encerraram o mês de fevereiro com o pior resultado para o período em toda a série histórica, iniciada em 1997. O déficit de R$ 41 bilhões é a soma dos resultados do Tesouro Nacional, que teve déficit de R$ 20 bilhões, e da Previdência Social, com déficit de R$ 21 bilhões. O Banco Central, por sua vez, teve superávit de R$ 83 milhões.
Segundo o Tesouro Nacional, o resultado negativo se deve à baixa arrecadação em praticamente todos os tributos que foram impactados pela atividade econômica fraca. As receitas caíram 17% em termos reais, o que representou uma diminuição de R$ 20 bilhões em relação ao mesmo mês do ano passado. A arrecadação de impostos de renda e contribuições previdenciárias também registrou queda real.
Diante do cenário, a equipe econômica do Lula estuda alternativas para compensar a perda de receita, como o aumento de tributos sobre bens e serviços. No entanto, ainda não há previsão de medidas concretas para reduzir o gasto público. O objetivo do governo é cumprir a meta fiscal deste ano, que prevê um déficit primário de R$ 170 bilhões nas contas públicas.
Especialistas apontam que a situação fiscal do país é preocupante e que o governo precisará adotar medidas para controlar o aumento dos gastos públicos, principalmente com a previdência. A reforma da previdência, que foi aprovada em 2019, ainda não apresentou resultados significativos na redução dos gastos do governo.
Para economistas, é necessário que Lula adote uma postura mais proativa para conter o aumento da dívida pública, que já ultrapassou os 90% do Produto Interno Bruto (PIB). A falta de uma política fiscal clara e consistente pode comprometer ainda mais as contas públicas e, consequentemente, a economia do país.
