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O médico e deputado federal Osmar Terra, especialista em saúde pública, é contra o isolamento da sociedade

“Fechar shopping, comércio, escola, é um erro cruel, um absurdo, “não é desta forma que se enfrenta uma pandemia”, diz o médico experiente em saúde pública

O médico Osmar Terra é contra o isolamento – Entrevista com Osmar Terra – Deputado Federal – MDB/RS

Em tempos de pânico e de espertezas políticas de quem está de olho em futuras campanhas “é preciso, mais do que nunca, ouvir a ciência”, diz o médico e deputado federal Osmar Terra (MDB/RS), ex-ministro dos governos Temer e Bolsonaro.

Osmar Terra é um formaludor de politicas públicas voltadas para a saúde. E, com base nas experiencias que teve de enfrentar (pandemia do H1N1 e da gripe asiática), o confinamento geral, como está sendo praticado hoje no País, não é indicado em caso do coronavírus, já que elimina a possibilidade de criação de anticorpos no “efeito rebanho”, quando pessoas se contaminam e criam imunidade geral na sociedade.

Terra contou a experiencia que teve quando estava como secretário da saúde no Rio Grande do Sul, quando houve a epidemia de gripe H1N1. “A maioria das pessoas hospitalizadas eram jovens, já que na década de 1960 houve epidemia de gripe asiática e devido à similaridade dos vírus, os idosos que haviam se contaminado no passado, estavam imunes à H1N1. Hoje deveria ser assim, e não causar o isolamento de todos, que é erro que pode ser fatal”

“Fechar shopping, comércio, escola, é um absurdo. O presidente Jais Bolsonaro se posicionou contra, e a autoridade sanitária do país, o ministro Mandetta, não recomendou estas medidas que vem sendo tomadas individualmente por estados e municípios. Precisamos ouvir a ciência, e ouvir quem está no front estudando e que tem experiencia e dados sobre isso”, disse.

Segundo Terra, no Brasil a epidemia começou em março, e, segundo sua projeção, os números de casos em abril devem aumentar e a partir da terceira semana do mês começarão a cair. Nas suas previsões, entre o final de maio e a primeira semana de junho a epidemia deve cessar no Brasil.

“O que temos que fazer até lá é garantir atendimento aos idosos, aos mais vulneráveis, pessoas com baixa imunidade. Os idosos, principalmente, precisam ficar isolados. O isolamento tem que ser setorial, e os demais manter a vida normal tomando os cuidados necessários, fazer higiene com água e sabão, que é mais eficaz que o álcool em gel”.

Segundo ele, no norte da Itália, onde a situação é mais grave, houve uma combinação de fatores para essa explosão: o clima mais frio e o confinamento na hora errada e de maneira errada, mantendo jovens e idosos no mesmo ambiente.

“Nós não vamos ser Itália, nós não vamos ser Espanha. Aqui no Brasil temos altas temperaturas, postos de saúde trabalhando em horário estendido, o ministro Mandetta dobrando a cada semana a fabricação de respiradores”, afirmou. “Vamos sair dessa com tranquilidade e não debaixo desse panico que os aproveitadores querem nos impor”.

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