Mulher que perdeu irmão para a Covid-19 dorme na janela de hospital após pai também ficar doente e entrar na fila por UTI: 'estou desesperada'

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Mulher que perdeu irmão para a Covid-19 dorme na janela de hospital após pai também ficar doente e entrar na fila por UTI: ‘estou desesperada’

Kaline da Paz contou que além dos dois, a mãe dela também está doente e por isso se reveza nos cuidados com a irmã. Secretaria de Saúde não divulgou previsão de transferência para o seu João Nonato.

A comerciante Kaline da Paz passou as últimas noites de vigília, dormindo na janela do Hospital Regional de Porto Nacional, onde o pai dela está internado. O seu João Nonato Assunção tem 70 anos e está com a Covid-19. Ele precisa de um leito de UTI com urgência, mas é uma das pessoas que estão na fila para conseguir este tipo de atendimento no Tocantins. O Governo do Estado não divulga o número de pessoas que estão aguardando.

Kaline contou que se sente ainda mais abandonada porque há seis meses ela perdeu um irmão para a pandemia. Ele também precisou ser transferido para uma UTI e morreu 15 minutos antes da chegada da ambulância que faria a transferência.

“Eu tô aqui dormindo na porta do hospital sozinha porque eu estou desesperada com o meu papai. Ele tá ali naquela janela, ele não fica sem mim, ele chora. Eu queria estar lá cuidando dele. Eu tô desesperada, precisando de ajuda. Eu não quero que meu pai morra por causa de UTI. Meu irmão já morreu”.

A mãe de Kaline também contraiu o coronavírus e está isolada em casa. Ela e a irmã se revezam para cuidar dos dois e tentam conseguir socorro para agilizar a transferência do seu João Nonato.

Nesta terça-feira (9) o Tocantins registrou 940 novos diagnósticos do novo coronavírus e mais sete mortes.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde disse que ele está na fila da Central Estadual de Regulação e que atua 24 horas por dia em busca de mais celeridade no processo. Segundo a nota da SES, os pacientes são regulados “de acordo com os critérios de avaliação médica, que os prioriza pela gravidade do quadro clínico apresentado”.

Para a família, toda a situação é um descaso. “Ele não merece isso. Eu estou muito indignada, de não conseguir ajuda. Eu preciso de ajuda, pelo amor de Deus. Eu não quero que meu pai morra”.

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