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MJ autoriza posse permanente dos Avá-Canoeiro Publicadas na região de Formoso do Araguaia

Na Portaria nº 566, do Ministério da Justiça (MJ), publicada no dia 12 de maio, declara posse permanente do grupo grupo indígena Avá-Canoeiro do Araguaia numa área de 28.510 há, onde encontra-se o assentamento Caracol I e II que 143 famílias no município de Formoso do Araguaia e propriedades, dentre elas as Fazendas Canuanã e Eletroenge.

Foram publicados pela Funai, no Diário Oficial da União do dia 12 de maio, mesmo dia que a presidente Dilma foi afastada, os relatórios de identificação e delimitação de terra de três terras indígenas, dentre elas o  povo Taego Ãwa, do povo Avá-Canoeiro do Araguaia (TO), com 28.510 hectares na região de Formoso do Araguaia como limites naturais dos Rios Caracol,  Formoso do Araguaia e Javaés.

Na PORTARIA Nº 566, do dia 12 de maio, o Ministro da Justiça, Eugênio José Guilherme de Aragão, declarou a posse permanente do grupo indígena do grupo indígena Avá-Canoeiro do Araguaia a Terra Indígena TAEGO ÃWA com superfície aproximada de 28.510 há.

O Artigo 2º da Portaria do Ministério da Justiça (MJ) possuiu o seguinte redação:A FUNAI promoverá a demarcação administrativa da Terra Indígena ora declarada, para posterior homologação pela Presidenta da República, nos termos do art. 19, § 1º, da Lei nº 6.001/73 e do art. 5º do Decreto nº 1.775/96, e entrou em vigor desde a data da sua publicação.

A publicação aconteceu no dia que foi votada no Senado Federal a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Além da identificação e delimitação das terras do Avá-Canoeiro do Araguaia (TO), também foram beneficiadas com a portaria as comunidades Bragança-Marituba, do povo Munduruku (PA), com 13.515 hectares; Munduruku-Taquara, do povo Munduruku (PA), com 25.323 hectares; Irapuá, do povo Guarani M’bya (RS), com 222 hectares; e Lago do Limão, do povo Mura (AM), com 8.210 hectares.

Os Avá ficaram conhecidos na literatura histórica e na memória oral dos goianos como o povo que mais resistiu ao violento processo de colonização e esbulho territorial, recusando-se terminantemente a estabelecer contato. Foram perseguidos por fazendeiros e moradores regionais entre as décadas de 1930 e 1970, capturados por agentes do Estado e transferidos para a aldeia Canoanã, do povo Javaé, onde vivem em situação de extrema vulnerabilidade.

Na ocasião, o presidente da Funai, João Pedro, considerou que as portarias declaratórias de terras indígenas foi “um passo no processo de reparação ao povo indígena é o reconhecimento formal de seu território de ocupação tradicional, a Terra Indígena Taego Ãwa, pelo Estado brasileiro”.

Atualmente a Terra Indígena Taego Ãwa, que tem os rios Caracol, Formoso do Araguaia e Javaés como limites naturais, está ocupada pelo Projeto de Assentamento Caracol, do INCRA, pela Fazenda Eletroenge e pela Fundação BRADESCO / Fazenda Canoanã, os quais incidem parcialmente sobre a área. O Projeto de Assentamento Caracol incide em mais da metade da terra indígena e é constituído de 143 famílias beneficiárias do Programa Nacional de Reforma Agrária do INCRA.

Segundo a Funai, a área ocupada tradicionalmente pelos Avá-Canoeiro, localizada no município de Formoso do Araguaia, Estado do Tocantins, consiste numa superfície aproximada de 29.000 hectares e perímetro aproximado de 98 Km.

“A terra indígena ora delimitada apresenta as condições ambientais necessárias às atividades produtivas desenvolvidas pelos Avá-Canoeiro e tem importância crucial do ponto de vista de seu bem-estar e de suas necessidades de reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições, amparando-se, portanto, no artigo 231 da Constituição Federal vigente”.

 No final do resumo do relatório de identificação e delimitação da terra indígena Taego Ãwa “se localiza na bacia do Rio Javaés, importante afluente do Rio Araguaia, tendo como limites naturais o Rio Caracol, o Rio Formoso do Araguaia e o Rio Javaés”.

Levantamento Fundiário

O levantamento fundiário aponta que a Fazenda Canuanã foi a primeira propriedade particular na área da atual Terra Indígena Taego Ãwa e e foi aceita como vizinho pelos Javaé, em 1949, em troca de proteção armada contra os temidos Avá-Canoeiro.

“A parceria econômica iniciada com o grupo BRADESCO nos anos 70, que teria se beneficiado dos incentivos fiscais e financeiros do Governo Federal a grandes projetos agropecuários, foi desfeita nos anos 90, quando o grupo BRADESCO adquiriu o controle definitivo sobre toda a fazenda restante, conhecida como Fundação BRADESCO / Fazenda Canuanã”.

Diz ainda que “as terras da margem direita do Rio Javaés foram então vendidas para poderosos grupos econômicos, que instalaram novas grandes fazendas particulares na região”.

Assentamento Caracol I e Caracol II

Informações do levantamento fundiário publicado no Diário Oficial da União no dia 14 abril de 2012, mostram que os Assentamentos Caracol I e Caracol II, onde encontram-se 143 famílias de beneficiários pelo INCRA, também será demarcada com terra indígena dos Avá Canoeiros. A área fica localizada entre o Rio Javáes e o Rio Formoso do Araguaia na altura do Rio Caracol.

“A região fica alagada durante vários meses no período da chuva, de modo que os moradores são obrigados a alugar pastagens fora do assentamento todos os anos para o gado poder sobreviver. No que se refere à agricultura, as famílias têm pequenas roças e pomares para a subsistência, apenas, tendo desistido de comercializar a produção em razão das dificuldades do lugar”.

* Com informações da Ascom Funai e Diário Oficial da União.

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