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‘Meu filho poderia estar na lista’, diz pai de sobrevivente em incêndio que matou 10 no CT do Flamengo

Ribamar Pereira está aflito por não conseguir falar com o filho, mas disse que ele está bem. Morador do Tocantins contou que conhecia muitos meninos e que está sofrendo pelas famílias das vítimas.

“Meu filho poderia estar na lista”. O relato é de Ribamar Pereira Campos, de 56 anos, pai do jogador de base do Flamengo, Kayque Soares Campos, de 15. O adolescente é um dos sobreviventes do incêndio que atingiu o Ninho do Urubu, Centro de Treinamento do Flamengo na Zona Oeste do Rio de Janeiro e deixou 10 mortos e três feridos, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (8). O pai contou que o filho está bem e que ele conseguiu sair do quarto

“Por volta das 5h30 desta madrugada, ele conseguiu um telefone de um amigo, acho que o dele queimou, e mandou um áudio para o celular do irmão falando que estava tudo bem com ele”, contou Ribamar, morador de Formoso do Araguaia, região sul do Tocantins.

A mensagem deixou o pai mais aliviado, mas o coração ainda está apertado porque Ribamar ainda não conseguiu contato com o menino.

“Estamos abalados com o que aconteceu. Minha mulher está em desespero. Meu filho poderia estar na lista e enquanto eu não falar com ele, vai ficar algo preso dentro de mim. Estamos aflitos por causa disso”.

Por telefone, o empresário de Kayque confirmou que ele não se feriu e que não chegou a ser levado para o hospital.

Apesar de o filho não estar entre os mortos e feridos, Ribamar contou que está sofrendo pelos pais das vítimas. “Eu conhecia muitos meninos, os pais deles. Todo mundo lá é uma família e está em busca do mesmo sonho”.

Kayque foi aprovado no teste para entrar na base do Flamengo em 2017. Se mudou do Tocantins para o Rio de Janeiro em fevereiro do ano passado. Ele morava em uma pensão, cujos donos também são do Tocantins, e havia se mudado para o CT na última terça-feira (5).

“Ele estava aqui de férias e recebemos a notícia de que tínhamos conseguido uma vaga no CT. Eu e ele fomos para o Rio no último domingo providenciar a mudança dele. Eu tinha medo da violência da cidade, porque quando ele morava na pensão, andava a pé e pegava ônibus para ir ao centro de treinamento. Não tem como não me preocupar. Mas no CT, eu ficava tranquilo, não imaginava que poderia acontecer algo assim”.

Kayque passou no teste e começou a jogar na base do Flamengo no ano passado — Foto: Reprodução/Instagram

Kayque passou no teste e começou a jogar na base do Flamengo no ano passado — Foto: Reprodução/Instagram

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