‘Ela tá boa toda. Melhor do que eu’, teria dito a médica ao negar o atendimento.
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) denunciou criminalmente nesta quinta-feira (4), a médica Patrícia Sampaio Moraes, por homicídio doloso, pela morte de Doralice Cavalcante Rodrigues, de 86 anos de idade. A médica é acusada de negar socorro à paciente na sala vermelha do Hospital Regional de Araguaína (HRA), acarretando a morte da idosa um dia depois de dar entrada na unidade de saúde.
O fato aconteceu no dia 05 de agosto de 2018, quando Doralice foi transferida da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para o Hospital Regional de Araguaína, com quadro de insuficiência respiratória por pneumonia.
Ao dar entrada no HRA, a idosa foi encaminhada para a sala vermelha devido à gravidade do seu estado de saúde, porém não permaneceu na área, porque a médica ordenou sua transferência para local inadequado, a sala verde.
“Ela tá boa toda. Melhor do que eu”, teria dito a médica, enquanto empurrava a maca para fora da sala, e completou: “Na minha sala, a paciente não fica”, segundo declarações de dois outros profissionais da saúde que presenciaram a cena. Doralice faleceu um dia depois do ocorrido.
Na denúncia, o promotor de Justiça Guilherme Cintra Deleuse, que responde pela 4ª Promotoria de Justiça de Araguaína, afirma que Patrícia, de forma consciente e voluntária, agiu comissivamente por omissão, quando tinha o dever de agir e não o fez, dando ensejo à morte da idosa, conforme previsto no artigo 13 § 2º do Código Penal.