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Justiça prorroga prisão temporária de ex-governador preso em operação

Outros sete presos da operação Ápia também devem continuar na prisão. Ele são suspeitos de integrar esquema que fraudava licitações no Tocantins.

A Justiça Federal decidiu prorrogar a prisão temporária do ex-governador Sandoval Cardoso (SD), preso na última quinta-feira (13) durante a Operação Ápia da Polícia Federal. Ele é suspeito de participar de um esquema de fraude em licitações que desviou cerca de R$ 200 milhões. Com a decisão, ele deve permanecer por mais cinco dias na Casa de Prisão Provisória de Palmas.

O G1 tentou contato com o advogado do ex-governador, mas ele não atendeu aos telefonemas.

Outros sete presos tiveram as prisões prorrogadas. Os nomes deles não foram divulgados. A Justiça Federal informou que as prisões foram prorrogadas a pedido do Ministério Público Federal, já que a soltura dos suspeitos poderia gerar prejuízo às investigações.

Ao todo, 10 presos foram liberados até a manhã desta terça-feira (18). Oito seguem detidos e três continuam foragidos.

Esquema
Segundo informações da Polícia Federal, a organização suspeita de fraudar licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica no Tocantins funcionava em três núcleos compostos por políticos, servidores públicos e empresários. A suspeita é de que o grupo tenha desviado cerca de R$ 200 milhões.

Entre os investigados está o ex-governador Sandoval Cardoso, que teve prisão preventiva decretada e se apresentou na noite de quinta-feira (13). Além do ex-governador Siqueira Campos, que já cumpriu um mandado de condução coercitiva e foi levado para prestar depoimento.

Arcelino Vieira disse que os núcleos eram formados com a intenção de fraudar e burlar a fiscalização de forma a conseguir lucrar com os serviços, que muitas vezes não eram executados.

“O núcleo político era composto por pessoas que compunham o alto escalão do Estado, dois ex-governadores [Sandoval Cardoso e Siqueira Campos] que, através de contratos com Banco do Brasil, conseguiram empréstimos internacionais”, disse.

O delegado explicou que os empréstimos estavam fundamentados em uma lei estadual, a qual também autorizou o estado a criar um comitê executivo que gerava os recursos e os distribuía para várias secretarias estaduais. Uma delas era a Secretaria de Infraestrutura (Agetrans) que fazia a licitação e o acompanhamento de todas as obras.

Segundo a investigação da PF, os recursos adquiridos através de três linhas de crédito somavam R$ 1,2 bilhão. Deste valor, a Agetrans ficou com R$ 850 milhões para investir em obras nas rodovias, mas os contratos receberam aditivos que se computados, ultrapassariam R$ 1 bilhão.

“Os editais eram recheados de cláusulas restritivas à concorrência que favoreciam empresários do grupo. Ao final se constatou que havia ajuste de preços para dividir o lote entre seis empresas. Está bem clara a existência de um cartel para o fim de fraudar as licitações e desviar dinheiro público federal”, explicou o procurador da república José Ricardo Teixeira.

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