Meteorologista apresenta dados sobre o clima do Tocantins e do Brasil em seminário
Para quem estava esperando mais chuva em janeiro, fica o alerta: a previsão para o início de 2024 é de mais calor para os tocantinenses. A informação foi apresentada pela meteorologista Ana Paula Paes durante o 1º Seminário Tocantinense sobre o Clima, realizado nesta terça-feira, dia 19, através de uma iniciativa da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Sindicato dos Jornalistas e Energisa Tocantins. O evento, que aconteceu no auditório da Energisa, em Palmas, reuniu cerca de 100 participantes, entre jornalistas, estudantes, pesquisadores, servidores públicos e representantes de instituições governamentais.
“A tendência é que o volume de chuva fique próximo da média em janeiro, em torno de 280 a 300 mm no estado, porém as temperaturas vão continuar acima da média, com possibilidade de termos outras ondas de calor no início do ano”, explica a meteorologista. Segundo ela, essa elevação da temperatura é consequência do fenômeno El Niño, que deve vigorar no Brasil até meados de abril.
“Nos últimos meses, tivemos um volume de chuva abaixo da média no Tocantins e isso não deve ser recuperado. E quando há déficit de chuva, não só as pessoas sentem o impacto, mas reflete na agricultura, por exemplo, o que pode elevar o preço das frutas e verduras”, exemplifica Ana Paula Paes, meteorologista especialista em eventos climáticos extremos e doutora em eletricidade atmosférica pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Esses e outros assuntos relacionados ao clima e aos efeitos da chuva, ventos, descargas atmosféricas e variação da temperatura foram abordados no 1º Seminário Tocantinense sobre o Clima, que reuniu profissionais de comunicação e representantes de diversos órgãos e instituições. “Por trabalhar com o saneamento e distribuição de água para vários municípios tocantinenses, foi muito valioso participar de um evento com foco no clima, pois isso afeta tanto a nossa atuação quanto a distribuição de energia, serviços essenciais para todos nós”, conta a engenheira ambiental da Agência Tocantinense de Saneamento – ATS, Juliana Ribeiro.
Além da palestra da meteorologista, o evento contou ainda com um painel com a participação do superintendente do Comando de Ações da Defesa Civil, coronel Erisvaldo Alves; o tenente-coronel Alex Matos Fernandes do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar; e do gerente de operações da Energisa Tocantins, Alberto Cunha. O debate deve mediação dos jornalistas Alessandra Bacelar, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Tocantins e Wherbert Araújo, mestre e doutorando em Ciências do Ambiente.
“A iniciativa do seminário foi extremamente importante para abordar o fenômeno El Niño e seus impactos, tanto a nível nacional quanto regional. A presença da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Energisa e dos meios de comunicação, representados pelo Sindjor, também foi significativo para compreender a multitarefa, atuação conjunta e as particularidades de cada um. As discussões aprofundadas sobre o fenômeno climático forneceram orientações valiosas que devem ser repassadas à população. O seminário não apenas promoveu a compreensão dos impactos do El Niño, mas também reforçou a prontidão e cooperação entre as entidades envolvidas, preparando-as para lidar de forma eficaz com questões climáticas na região”, conta a jornalista Jéssica Sá, do Jornal do Tocantins, participante do evento.
Previsão de anomalia de temperatura média para os três primeiros meses de 2024