Os resultados da operação “Walking Dead”, deflagrada na última quarta-feira, 13, em Araguaína, no Norte do Estado, contaram com um trabalho minucioso de identificação de suspeitos por meio de laudos prosopográficos de identificação facial e papiloscópicos, de confronto de digitais. Os trabalhos, realizados por papiloscopistas do Instituto de Identificação da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), iniciados no segundo semestre de 2018, já obtiveram sete resultados positivos até o momento.
Segundo Fábio Lanna da Costa, supervisor da Diretoria de Papiloscopia do Instituto de Identificação da SSP, a equipe de papiloscopistas recebeu um treinamento na Polícia Federal. Com isso, os trabalhos contaram também com programas de computador responsável pela checagem de imagens de suspeitos, contribuindo na identificação de autores de delitos. “Em pouco mais de seis meses nossa equipe já emitiu sete laudos que auxiliaram nas investigações policiais sendo que dois deles já se encontram com sentença judicial e um em relatório final”, afirmou. Ainda de acordo com o papiloscopista, a equipe de profissionais é responsável pela análise de documentos de todo o estado encaminhado pelas unidades de Polícia Civil.
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A operação teve como objetivo investigar contadores de Araguaína envolvidos com a abertura de empresas em nome de pessoas que não existem ou que já faleceram, “mortos vivos”, daí o nome da operação. As investigações tiveram início no ano de 2016, quando auditores da receita estadual de Araguaína foram fiscalizar as empresas Líder Atacadista, Eirelli-Epp (Armazém Líder) e SP da Silva (Comercial SP), que estavam cadastradas no mesmo endereço na cidade de Palmeirante/TO e teriam por objetivo o comércio de bebidas e cereais, respectivamente.
Os auditores apuraram que as empresas nunca teriam funcionado de fato no local, bem como teriam lavrado autos de infração que geraram dívidas com o fisco no valor de quase R$ 7.500.000,00 (Sete milhões e quinhentos mil reais) das duas empresas. As investigações levaram a dois contadores que participaram do esquema de sonegação fiscal, sendo eles Cleyton da S. T. e Edgar F. R.
Apurou-se ainda que a empresa Líder Atacadista estaria registrada em nome falso do contador Cleyton. Na oportunidade foi realizado exame prosopográfico e datiloscópico, pelo Instituto de Identificação, ficando constatado que as fotografias e impressões digitais dos documentos apresentados para constituição da empresa investigada seriam do referido contador. As investigações da Polícia Civil confirmaram ainda que a empresa S P da Silva teria sido constituída em nome de Sandra Pereira da Silva, a qual teria sido morta em um povoado de Xinguara/PA, em 2010, mas a empresa em seu nome teria sido constituída em 2014, portanto quatro anos após a sua morte.