Exposição "Terra Caçula" promove encontro de memórias e paisagens sertanejas no coração do Brasil

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Exposição “Terra Caçula” promove encontro de memórias e paisagens sertanejas no coração do Brasil

Serviço: Exposição Terra Caçula

Artistas: Benedito Ferreira e Emilliano Freitas

Curadoria: Mariane Beline

Abertura: 13 de novembro

Assistente de curadoria: Luana Rosiello

Local: Centro de Atividades do Sesc Palmas, Tocantins

Endereço: Quadra 502 Norte, Avenida LO16, Lote 21

Período: 14 de novembro de 2024 a 24 de janeiro 2025

Horário: Segunda a sexta, das 9h às 18h; Sábados, das 10h às 14h

Entrada gratuita

Artistas Benedito Ferreira e Emilliano Freitas convocam memórias de infância e clássicos da música sertaneja em mostra de artes visuais que unem Goiás e Tocantins

A exposição “Terra Caçula”, em cartaz na Galeria de Artes do Sesc Palmas de 14 de novembro de 2024 a 24 de janeiro de 2025, traz à tona as profundezas das memórias de infância e as influências da música sertaneja por meio das obras dos artistas visuais Benedito Ferreira e Emilliano Freitas. Unindo os estados de Goiás e Tocantins, a mostra estabelece um diálogo visual que percorre as paisagens rurais, tradições e histórias compartilhadas, propondo uma reflexão sobre  identidades e o tempo.

Unidos por temas em comum, Ferreira e Freitas concebem um arranjo expositivo que nos convida a refletir sobre tempo e memória, em um território que se expande e se entrelaça entre os estados de Goiás e Tocantins. A mostra propõe uma ocupação da galeria onde objetos, histórias e poéticas se entrelaçam, evocando uma realidade entre o fabuloso e o onírico.

A catira, ritmo musical marcado pela batida dos pés e mãos dos dançarinos, a música sertaneja dos anos 1980, como os clássicos da dupla goianiense Chrystian & Ralf, e as questões do imaginário infantil do escritor J. J. Veiga estão no cerne da exposição Terra Caçula, refletindo o profundo impacto dessas temáticas na formação da identidade cultural do Centro-Oeste brasileiro. A curadoria de Mariane Beline, com assistência de Luana Rosiello, organiza esses elementos em uma narrativa visual que ressignifica o sertão e o universo infantojuvenil, conduzindo o público por uma jornada de exploração de seus próprios imaginários.

O artista Benedito Ferreira comenta que, em suas obras, buscou fugir dos estereótipos associados à música sertaneja contemporânea. “Sempre penso em sujeitos cada vez mais complexos, encantados com seus locais de origem, que transcendem as representações simplistas e encontram novas formas de expressão. Desse modo, a música sertaneja acaba sendo um convite a explorar o melodrama ou um tempo que já não existe mais”, comenta Ferreira.

Entre os destaques da exposição, encontra-se a obra Ferramentas de Benedito Ferreira, que se apropria de objetos colecionáveis — frascos de perfume em formato de figuras antropomórficas, populares nas décadas de 1960 e 1970 — e os insere em um contexto expositivo que mescla o popular com o erudito. A instalação provoca uma reflexão sobre a performatividade dos objetos e a delicada tensão entre força e fragilidade que permeia a vivência colonialista.

O mineiro Emilliano Freitas, radicado em Goiás desde 2016, apresenta a instalação “Eles só existem aqui”, uma ciranda de carrossel que flui entre escultura e pintura, resultado de um passeio de sua infância no Parque Mutirama, em Goiânia. Utilizando esmaltes de unha como tinta, Freitas cria inúmeros cavalinhos coloridos que celebram a diversidade de tons e a singularidade de cada animal representado. A instalação evoca uma melancolia latente. “Nessas pinturas busco entrecruzar o afeto e o político, evidenciando uma estrutura social permeada por padrões de gênero e sexualidade hegemônicos”, reforça o artista.

A exposição “Terra Caçula” é um convite ao público tocantinense para revisitar e ressignificar suas próprias memórias e experiências. A ocupação no Sesc Gurupi reafirma a profunda conexão entre os estados de Tocantins e Goiás, revelando semelhanças e experiências em torno da fabulação e da memória.

Sobre o Sesc

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