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Em agosto o Sesc Tocantins apresenta a exposição “Cotidiano a bordar” de Keila Okubo

A partir do dia 09 de agosto, o Sesc Tocantins estará expondo na Galeria de Artes do Centro de Atividades da 502 Norte em Palmas, a exposição “Cotidiano a bordar” de Keila Okubo. As obras ficarão expostas ao público até o dia 30 de agosto. 

A abertura oficial acontecerá às 17h do dia 09 de agosto com um bate papo com a artista Keila Okubo no canal do Sesc no Youtube. Vale lembrar que todas as exposições do Sesc Tocantins na Galeria de Artes são gratuitas. Informações e visitas mediadas pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone (63) 3212 9922.

O projeto “Cotidiano a bordar” consiste em pensamentos bordados em objetos do dia-a-dia de uma vida ordinária. Objetos tão banais, mas ao mesmo tempo pessoais e símbolos de um tempo como a gravata, o absorvente, a bula de remédio, entre outros. As mensagens bordadas estão relacionadas a função desses objetos, considerando seus significados e metáforas que remetem. São frases curtas, às vezes irônicas, às vezes de duplo sentido que brincam com a semântica das palavras. Geralmente associadas às questões vivenciadas pela artista, onde a melancolia e a crítica a sociedade de consumo ficam evidentes.
A relação que a artista tem com o sistema capitalista é ambígua. Formada em publicidade, trabalhou por 15 anos em multinacionais que têm como principais características a produção em massa, incentivo ao consumo exacerbado e banalização dos produtos. O trabalho gerava retorno financeiro e status ao mesmo tempo que produzia conflitos morais que ficaram em certo ponto insustentáveis.

Ao produzir a série de objetos de “Cotidiano a bordar” teve a oportunidade de trabalhar o seu deslocamento anterior, costurando mensagens que tentam fazer as pazes com seu passado e ao mesmo tempo questionar, como Duchamp, o mercado da arte, tão restritivo e cheio de regras veladas. A apropriação de objetos, tirados do contexto e das suas funcionalidades, com a intenção de elevá-los a categoria de arte claramente estabelece um diálogo com o ready-made de Duchamp e o dadaísmo.

O uso da linha também pode ser lido como uma procura por um resgate da artista com o feminino, com seus antepassados e com o tempo. O feminino, por ter sido negligenciado pelo ambiente machista e competitivo do mercado corporativo; os antepassados pelo fazer manual presente na sua família, principalmente na figura da avó, costureira atuante com seus 91 anos; e o tempo, por ter vivido por muitos anos numa corrida pelo suposto sucesso, sem tempo para se dedicar ao que realmente a interessava. O projeto que se iniciou em 2019 e teve grande parte da produção feita durante a pandemia do Covid-19 é minimalista na execução, porém trata de questões complexas da sociedade atual, onde o ter é mais valorizado que o ser.

Por se tratar de objetos tão medíocres que estão presentes no dia-a-dia da maioria das pessoas, as obras geram sensação de proximidade, mas ao mesmo tempo estranheza pelas mensagens bordadas. Assim, convidam o espectador a refletir sobre sua relação com esses objetos, e consequentemente sobre o seu consumo e a própria sociedade.

Keila Okubo
Artista visual multidisciplinar, reside e trabalha em São Paulo. Graduada em Comunicação Social pela ESPM, se desviou por 15 anos da arte, brincando de ser executiva. Atualmente trabalha com fotografia de família, desenvolve projetos em arte têxtil, gravura, colagem e fotografia, além de participar de feiras de arte impressa como Miolos e Folhetaria.

Sobre o Sesc
O Serviço Social do Comércio (Sesc) é uma entidade privada sem fins lucrativos administrada pela Fecomércio Tocantins, que é ligada a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Por meio do acesso à cultura, educação, saúde, esporte, lazer e assistência, são oferecidos serviços e ações que melhoram a qualidade de vida dos brasileiros através de suas mais de 580 unidades por todo o país.

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