Estudantes de Medicina da UnirG transformam hospital em picadeiro e levam alegria para pacientes

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Estudantes de Medicina da UnirG transformam hospital em picadeiro e levam alegria para pacientes

Arrancar risadas de pessoas que, à primeira vista, se encontram em lugares tristes e melancólicos não parece uma tarefa fácil ou corriqueira. É possível desmistificar essa ideia, apenas observando uma turma de estudantes de Medicina do Centro Universitário UnirG que, nas tardes de domingo, se caracteriza de palhaço para alegrar os pacientes internados no Hospital Regional de Gurupi (HRG).

Os alunos são da Liga Acadêmica de Palhaçoterapia (LAP), que se transformam em trupe para realizar as atividades que têm por objetivo amenizar a situação dos hospitalizadosproporcionando a eles momentos de descontração. Os estudantes baseiam suas ações no sorriso e no bem-estar, e acreditam que isso pode influenciar diretamente no processo de recuperação de um doente.

No último domingo, 15, antes mesmo de entrar, logo na calçada e recepção do Hospital, os palhaços cumprimentaram e brincaram com as pessoas, que deixaram transparecer sorrisos espontâneos. “Ninguém escapa das nossas brincadeiras, visitamos todas as alas e interagimos com quem encontramos pelo caminho. São envolvidos na nossa sintonia os pacientes desde crianças a idosos,  enfermeiros, técnicos de enfermagem, visitantes, médicos e o pessoal da limpeza”, disse a estudante Naiana Barbosa.

A acadêmica relatou que o grupo é composto de cinco a oito integrantes e que antes de visitar as enfermarias pedem autorização. “Quando nos é permitido, fazemos nossa ação com brincadeiras aos pacientes, perguntando o que eles passaram. Ao encontrar alguém com a perna quebrada, brincamos dizendo que estão usando botas, alertamos aos acompanhantes para não deixá-los fugir e os convidamos a dançar, assim procuramos, com humor, levar mais harmonia para o local”.

“Esse suco é hiper, mega, power poderoso, e irá fazer com que você saia logo dessa situação”, essa é outra abordagem que os estudantes fizeram em referência ao soro dos pacientes.

Na hora de sair de uma enfermaria, alguns integrantes do grupo imitam um apito de trem de ferro, dizendo que a carroça já está passando e eles precisam pegar a locomoção. “Notamos que o clima muda. Parece que eles se sentem mais leves, entram na brincadeira e interagem com facilidade”, completa Naiana.

A pequena Viviane Moreira, de três anos, demonstrou rápido sinal de entrosamento ao se encontrar com os palhaços ainda no corredor. “No momento em que os estudantes estiveram aqui, percebi que ela deu uma animadinha e até sorriu”, disse a mãe da menina, Cleide Moreira.

Olímpio Rezende, de Dueré, está há cinco dias no Hospital à espera de uma cirurgia no tornozelo. Ele mencionou que foi a primeira vez que presenciou esse tipo de ação voluntária. “Eu só conhecia essa atividade pela televisão e é um prazer receber esse belo trabalho, que vem nos trazer alegria. Estávamos aqui abatidos e eles vieram nos trazer ânimo”, frisou o paciente.

A enfermeira coordenadora da área de Ortopedia, Érica Weber Vieira, aprovou a iniciativa da Liga. “Alguns pacientes ficam muito tempo internados. Vários deles vêm de outras cidades da região e chegam até a ficar depressivos. Com essas visitam eles se animam, conversam, sorriem e isso é muito importante para melhorar o estado que se encontram”, afirmou ela.

Oficinas

O grupo é comprometido e busca atualização, participando semestralmente de uma oficina de palhaço para melhorar o senso de improvisação. “Querendo ou não, atuamos num ambiente emocionalmente instável e precisamos estar preparados para que saibamos agir de maneira adequada em situações que não sejam agradáveis”, mencionou o acadêmico Jhonattas Barcelos.

O estudante destacou também que “é muito bom e gratificante fazer esse trabalho. Não estamos lidando apenas com a dor física, mas com os sentimentos de quem estão nesse local. Essas atitudes os transformam e a nós também, mostrando a grandiosidade da humanização”.

Palhaçoterapia

O Ministério da Saúde, em apoio a atividades de Palhaçoterapia, publicou que a figura do palhaço em hospitais teve início em 1980, quando o oncologista infantil Patch Adams buscou melhorar o ambiente hospitalar e a relação médico paciente, por meio do amor, humor e gentileza. Atualmente, milhares de voluntários seguem esse exemplo em todo o mundo.

As visitas dos ligantes ao Hospital é parte do cronograma da LAP, que atua com supervisão de professores orientadores. A liga realiza ainda, visitas ao Lar dos Idosos, também nas tardes de domingo, sem se caracterizarem de palhaços, conversam e interagem com os moradores do local.  São formados dois grupos que se revezam semanalmente nas atividades.

A LAP está nas redes sociais nos endereços https://www.instagram.com/lapunirg/ e https://www.facebook.com/ligaacademicadepalhacoterapia/

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