Especialista em cirurgias cardíacas pediátrica orienta sobre viabilidade de serviço especializado no Tocantins

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Especialista em cirurgias cardíacas pediátrica orienta sobre viabilidade de serviço especializado no Tocantins

Médicos e profissionais de enfermagem do Hospital Geral de Palmas (HGP) e do Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR), em Palmas, puderam nesta sexta-feira, 18, discutir caminhos para a implantação dos serviços de cirurgia cardíaca pediátrica e neonatal no Tocantins com a experiente cirurgiã cardiológica infantil da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Beatriz Furlanetto.

A médica apresentou um diagnóstico sobre a deficiência desta especialidade de serviços no mundo, compartilhou sugestões que podem auxiliar no direcionamento do projeto que prevê a oferta destes procedimentos no Estado e lembrou que o déficit de serviços especializados não é exclusivo da Região Norte do Brasil. “Existe um problema social que é oferecer o tratamento para essas crianças. Não é um problema restrito ao Tocantins ou a São Paulo. Muitos países não conseguem ofertar o tratamento necessário a essas crianças, é uma coisa que dói, mas é uma coisa real. Então o que precisa é que sejam feitas ações para que essas crianças sejam tratadas em seus estados de origem.”

Co-fundadora do Instituto Furlanetto, que já realizou mais de 6 mil cirurgias de crianças cardiopatas, a cirurgiã cardiológica infantil também compartilhou parte da sua experiência com este tipo de atendimento. “Definimos que trabalharíamos com cardiopatias congênitas e desde então só trabalhamos com crianças. Nossa intenção é dar esse henrique-furtado-explica-projeto-de-cirurgias-cardiacas-foto-heitor-iglesiasatendimento a crianças que são necessitadas e passar nossa bagagem para onde haja essa necessidade. Sabemos da dificuldade e do pequeno número de serviços que fazem esse atendimento e então a nossa ideia é compartilhar o que sabemos para que outros possam fazer este tipo de atendimento”, completou a médica.

O cirurgião cardiovascular do HGP e titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Henrique Furtado, explicou que em razão da complexidade das cardiopatias neonatais e pediátricas atualmente as crianças com este diagnóstico estão sendo encaminhadas para o Cadastro Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC) para identificação de vagas em centros especializados do País. “Existem apenas nove centros que fazem que cirurgias de cardiopatias complexas no Brasil e grande parte estão nas regiões Sudeste ou Sul do País. Embora a Secretaria tenha feito um enorme esforço para alocar estas crianças pagando um custo altíssimo, não temos conseguido dar o tratamento que as crianças merecem aqui dentro do Estado e isso tem angustiado toda a equipe”, explicou.

O cirurgião cardiovascular esclareceu ainda como a execução do projeto está sendo pensada para viabilizar o atendimento destas crianças no Estado. “A primeira coisa que vamos fazer é um levantamento de quais são as condições hospitalares, e o que nós temos. A segunda coisa é a aquisição do que não temos. Ao mesmo tempo vamos trabalhar na capacitação de pessoas. E é nesse projeto que estamos trabalhando com muito afinco para realizar no Tocantins”, disse, acrescentando que mais convites a outras instituições também serão feitos para ajudar na orientação do projeto.

Segundo dados fornecidos pelo Instituto Furlanetto, cerca de 15 mil crianças nascem anualmente com cardiopatias congênitas no Brasil. Deste total, 80% delas não consegue acesso a tratamento adequado por causa do déficit de serviços e profissionais capacitados na área.

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