A intenção da iniciativa é formar uma rede de prevenção a fim de prestar assistência aos estudantes e combater o bullying, a depressão, a automutilação e o suicídio
A Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) convidou diversas instituições para discutir, nessa quinta-feira, 15, as iniciativas já existentes e buscar soluções em prol da promoção da cultura de paz nas escolas. A intenção do chamamento é conseguir meios para a prevenção da violência, além de formar uma rede de assistência e proteção às pessoas que enfrentam questões relacionadas ao bullying, à depressão, à automutilação, ao suicídio, dentre outras.
Participaram do encontro representantes das Secretarias Estaduais da Saúde, da Cidadania e Justiça, do Trabalho e Ação Social; da Defensoria Pública Estadual; do Ministério Público Estadual (MPE); da Controladoria Geral do Estado; do Centro de Valorização da Vida; e da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins).
Na oportunidade, a Seduc apresentou iniciativas em andamento na intervenção dessas problemáticas, como o projeto Observatório dos Adolescentes, a inclusão do projeto de vida e do protagonismo juvenil nas escolas, além das Diretrizes de Implementação do Plano de Ação da Orientação Educacional. O documento orientador foi elaborado pela Seduc e direcionado às Diretorias Regionais de Educação (DREs) e às unidades de ensino.
Rede de proteção e enfrentamento
Conforme o secretário executivo, Robson Vila Nova Lopes, a intenção é unir esforços para, além de intervir, garantir o conjunto de direitos relacionados à dignidade da pessoa humana.
“Precisamos pensar em ações conjuntas para minimizar essas chagas sociais que vêm afetando a nossa juventude. A ideia dessa rede de proteção é combater esses problemas com iniciativas de curto, médio e longo prazo. Nas escolas, temos trabalhado a pedagogia da presença, o acolhimento dos alunos, porque, muitas vezes, a origem dessas situações está relacionada à afetividade mal trabalhada, à falta do autoconhecimento e da autoestima”, relatou Robson.
O secretário executivo frisou ainda que, ao promover o protagonismo juvenil e orientar o projeto de vida dos estudantes, “as instituições estão dando voz a esses alunos e colaborando para que eles descubram novos caminhos. Somente com a articulação desse desenvolvimento conseguiremos garantir bem mais que o sucesso escolar, mas o sucesso na vida”, ponderou.
Para a representante do MPE, Cleivane Peres dos Reis, que é doutora em Educação e analista Especializada em Educação do Centro de Apoio Operacional às Promotorias da Infância, Juventude e Educação, a criação da rede de proteção e o enfrentamento serão ações relevantes para as escolas.
“A articulação das instituições em torno do enfrentamento dos inúmeros casos de automutilação, depressão e suicídio entre crianças e adolescentes é de suma importância para que as escolas e os profissionais que nela atuam, bem como as famílias, se sintam fortalecidos para o enfrentamento destas questões. Vejo com otimismo a iniciativa de criação do grupo, elaboração e definição de estratégias conjuntas de atuação sobre esses temas. É consenso que as ações preventivas são necessárias, mas também é preciso pensar num fluxograma de atendimento para os casos que já existem e sobre os quais a escola sozinha não tem condições de sanar”, ponderou.
Orientação Educacional
As Diretrizes de Implementação do Plano de Ação da Orientação Educacional foram encaminhadas para as DREs ainda no primeiro semestre. Para além disso, a Seduc também vem promovendo formação com os orientadores nas regionais a fim de colaborar com o atendimento dos estudantes. Conforme a gerente de Gestão Educacional da Seduc, Leda Maria Tomazi Fagundes, as unidades de ensino já estão colhendo resultados positivos.
“Esse documento norteia o trabalho dos orientadores educacionais visando lidar com esses problemas contemporâneos que nossos adolescentes e jovens vêm enfrentando. A intenção é desenvolver as competências socioemocionais e a afetividade do aluno, levando-o a pensar quem ele é e ajuda-lo a construir seu projeto de vida. Cada escola tem a autonomia de promover rodas de conversas, palestras, ou outras atividades que culminem num movimento de escuta para que a escola e os alunos possam entender os sintomas desses problemas que vêm surgindo e, juntos, amenizar as consequências que eles trazem”, destacou.