A pesquisa que mede o endividamento e a inadimplência dos consumidores de Palmas (PEIC) realizada no mês de julho trouxe uma nova queda no percentual de endividados da Capital. 76,1% dos entrevistados disseram estar endividados, uma queda de 0,7% comparado ao mês anterior. O porcentual em maio era de 79,1%, ou seja, uma queda consecutiva nos últimos 3 meses.
Um ponto importante retratado pela PEIC é que o porcentual de consumidores que estão inadimplentes, ou seja, com contas em atraso, cresceu em julho ficando com a parcela de 12,6% dos entrevistados. O tempo médio de atraso apontado pela pesquisa é de 46 dias. Do total de endividados, 0,5% disseram não ter condições de quitar suas dívidas.
O cartão de crédito é um grande vilão dos endividados de Palmas, 86,7% disseram ter esse tipo de dívida. O presidente do Sistema Fecomércio Tocantins, Itelvino Pisoni, diz que os dados preocupam. “Os entrevistados disseram comprometer cerca de 33% de sua renda com dívidas o que é um índice aceitável, porém é preciso cuidado, principalmente com o cartão de crédito que é um grande gargalo para o orçamento doméstico já que os juros são abusivos. Além disso, este mês houve um aumento no porcentual de inadimplentes. É preciso muita cautela na hora de assumir uma dívida, principalmente a longo prazo”, ressaltou o presidente.
Já o endividamento das famílias brasileiras chegou a 78% em julho, maior índice registrado nos últimos 12 anos. Houve aumento de 0,7 ponto percentual (p.p.) na comparação com o mês anterior e de 6,6 p.p. em relação a julho do ano passado. O percentual de comprometimento da renda permanece no mesmo valor, em 30,4%, desde abril, mas 22% dos brasileiros estão com mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas.
“A alta dos indicadores de inadimplência, após queda nos meses de abril, maio e junho, indica que as medidas extraordinárias de suporte à renda, como os saques extras do FGTS e a antecipação do 13º salário aos beneficiários do INSS, aparentemente tiveram efeito momentâneo no pagamento de contas ou dívidas já atrasadas, concentrado no segundo trimestre deste ano”, analisa o presidente da CNC, José Roberto Tadros.