Fim de ano já se aproximando, e o fim, também, do mandato dos prefeitos e vereadores, que agora contam com apenas um ano para concluir o atual mandato, já que as eleições municipais acontecem daqui a uns meses.
Como já é de praxe, nesse período, os legislativos municipais aproveitam para aprovarem o aumento de seus próprios salários e dos salários dos prefeitos, vices e secretários municipais.
Em algumas cidades, mesmo enfrentando crises financeiras e a desvalorização dos servidores municipais, os vereadores não se acanham. Chegam a ser muitos bonzinhos na hora de aprovar o aumento dos próprios salários, como o que aconteceu recentemente em Formoso do Araguaia, a título de exemplo.
Em Gurupi, a terceira maior cidade do Estado, não foi diferente. Os vereadores aprovaram um aumento de quase R$ 3 mil no próprio salário. É claro que esse projeto, para ser transformado em lei, ainda precisa ser sancionado pelo prefeito Laurez Moreira (PSDB). E, seguindo a tradição de seus antecessores, Laurez deve sanciona essa proposta sem grandes problemas.
Mais novidades por aí.
Após a sanção do prefeito Laurez Moreira, os salários dos vereadores gurupienses passam dos atuais R$ 7 mil para quase R$ 9,7 mil. E quem pensava que não teria mais outra novidade do legislativo de Gurupi nesse apagar das luzes de fim de ano, simplesmente se enganou. Os nobres edis se empolgaram e também aproveitaram para aprovar a proposta de aumento no número de cadeiras na Câmara Municipal. Atualmente são 13 vagas, mas a partir de 2021 caso o prefeito sancione, serão 15 vereadores.
A medida não repercutiu bem na cidade, já que o eleitor gurupiense esperava que os vereadores mostrassem mais trabalho em prol da sociedade a qual eles deveriam bem representar. Mas o que mais se ver em Gurupi são os vereadores que se acostumaram em legislar em causa própria.
A sociedade gurupiense já está se mobilizando nas redes sociais para uma grande manifestação na próxima nesta terça-feira dia 17, a partir das 11 horas contra esses aumentos. A concentração será em frente a Prefeitura Municipal, localizada na Rua 1 entre as Avenidas Goiás e Maranhão com a esperança de que o prefeito possa se sensibilizando com a situação e votar de acordo a vontade do povo.
Procurado pela reportagem do Portal do Amaral, o vereador Sargento Jenilson (PRTB) um dos dois que votaram contra o aumento, afirmou que sempre teve essa mesma postura desde o seu primeiro discurso até hoje, e que se opôs a quaisquer regalias, “sempre fui contra a quaisquer regalias em todos os poderes, não somente no Legislativo, mas também no executivo”, Jenilson afirmou que a sua postura sempre foi e será a mesma, “sou um vereador independente que tenho carta branca dada pelo povo para poder fiscalizar, a minha postura sempre foi e sempre será a mesma até o dia em que o povo quiser que eu continue nessa luta”. Afirmou.
Em relação ao aumento em questão, Jenilson afirmou que de fato existe uma defasagem, mas que tem outras prioridades, “eu acho que é um valor muito aquém da realidade que estamos vivendo, observando desde a nível de Brasil, porque a gente realmente merece é manter ou aumentar as economias para que possamos fazer uma melhor administração e oferecer mais serviços públicos de qualidade”, destacou o vereador Sargento Jenilson.
Já o vereador Ivanilson Marinho (MDB), que também votou contra a proposta, afirmou que entende que o momento é de estabilidade jurídica e fiscal. “Acho que o momento não é este. O momento do estado é de procurar estabilidade jurídica e fiscal. O momento do país da mesma forma. Acho que a Câmara Municipal deveria caminhar nesse sentido”.
Ivanilson ainda relatou a reportagem do Portal do Amaral que através do requerimento de nº 958/2019 protocolado por ele na câmara municipal tinha como proposta a redução do número de vereadores de 15 para 10, por entender que 10 vereadores seriam suficientes tanto para legislar tanto para fiscalizar os atos do Poder Executivo e suas funções primárias da câmara, porém não foi apreciada pela Câmara, sendo aprovaram as outras duas propostas pela maioria absoluta.
Para uma reportagem ao G1 Tocantins, o vice-presidente da Câmara afirma que o aumento foi discutido entre todos antes de ser votado. “A Câmara está defasada desde 2013 que não tem aumento. Se o vereador exercer a função dele e fazer correto, o dever do vereador. Então, assim, ele faz uso do que ele ganha”, disse Ataíde Leiteiro (PPS).
Resta agora ver se o eleitor gurupiense está de pleno acordo com o que os vereadores andam fazendo lá pelas bandas do Legislativo Municipal que, até hoje, sequer tem sede própria. A resposta deverá ser dada à altura, nas eleições municipais do ano que vem.