Mais de 100 estudantes das redes estadual e municipal com deficiência física, visual e intelectual, além da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Palmas e Paraíso participaram do Festival Dia do Atleta Paralímpico, neste sábado, 22 de setembro, em Palmas, onde puderam experimentar a prática de três modalidades esportivas, com a medalhista paralímpica, Terezinha Guilhermina, que já conquistou três ouros em Jogos Paralímpicos. O Festival, realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em comemoração ao Dia Nacional do Atleta Paralímpico (22 de setembro) em 48 municípios de todo o País, foi promovido na Capital, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc).
Bem à vontade e com muita simpatia, a velocista brasileira, que tem deficiência visual, emocionou o público; conversou com os alunos, professores e ainda fez uma demonstração na pista de atletismo da Universidade Federal do Tocantins (UFT), ao correr ao lado do estudante João Pedro Bernardes, que também tem deficiência visual. “Foi emocionante correr com uma medalhista. Fiquei muito feliz de participar desse evento”, frisou o aluno.
Terezinha Guilhermina falou das dificuldades da carreira iniciada aos 22 anos e dos desafios para se tornar uma campeã. “Estou muito feliz de participar dessa iniciativa que promete muito sucesso com o fomento do paradesporto no Brasil. Toda caminhada começa com o primeiro passo e, no caso do esporte, quanto mais cedo, maior é a probabilidade de ter mais sucesso. Quando fiquei sabendo que cego podia correr me senti motivada. Ver essa galera podendo experimentar a prática do esporte, independente da deficiência, é um privilégio, um sonho realizado. Ser parte disso é extremamente especial e emocionante para mim. Sempre reforço que valeu a pena todos os desafios que eu superei para hoje ser espelho para essa geração”, destacou.
Durante o Festival, as crianças e os jovens com idade entre 10 e 17 anos, acompanhadas de familiares e professores, experimentaram as modalidades esportivas paralímpicas de atletismo, bocha e tênis de mesa, vivenciadas de forma lúdica e inclusiva, utilizando equipamentos esportivos confeccionados com material reciclável, como raquetes, bolas de tênis, bocha e peso.
Aparecida Guedes, mãe de Amanda, aluna da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Palmas, com paralisia cerebral, disse que ficou emocionada ao ver a filha praticar esportes. “Muito bom esse momento de socialização. Nunca imaginei que a minha filha pudesse praticar todos esses esportes, inclusive tênis de mesa. Com tudo adaptado à deficiência dos atletas, ela pôde participar de todas as modalidades esportivas. Fiquei feliz por ver minha filha tão feliz”, completou.
A professora Joianésia da Silva Carvalho, da Escola Municipal Darcy Ribeiro, de Palmas, que acompanhava os alunos no evento, disse que as demonstrações das práticas esportivas utilizando materiais construídos pelos próprios professores serão facilmente aplicadas na unidade estudantil. “Nas aulas de educação física, a gente pode adaptar os esportes para a participação de todos, construindo os próprios materiais. A gente aprende muito vendo os alunos participando de atividades como essas, e isso nos estimula a fazer mais por eles”, destacou.
“Foi um momento muito lindo poder participar de todos esses esportes. O que mais gostei foi a bocha, nunca tinha jogado”, disse Vitória Aparecida Neres, de 13 anos, da Escola Municipal Darcy Ribeiro, de Palmas.
Para a coordenadora técnica do Festival em Palmas, Keilla Gonçalves, o objetivo foi atingido com o fomento do esporte paralímpico. “Pessoas que nunca tiveram aproximação com o esporte paralímpico puderam vivenciar três modalidades diferentes. Um dos objetivos do CPB com a promoção desse evento é que os professores percebam que não precisa ter um material específico para incentivar o esporte. Os materiais podem ser construídos, como nós fizemos para o evento, aproveitando material reciclável e adaptando a prática esportiva de acordo com a deficiência dos alunos. Vimos nos rostos desses alunos a alegria e a felicidade em participar desse momento”, frisou.
Esta é a primeira vez que o Comitê Paralímpico Brasileiro promove o Festival do Atleta Paralímpico no país. Cerca de dez mil pessoas foram envolvidas na ação deste sábado, que promoveu a experimentação do esporte adaptado a cerca de 7.200 crianças, com faixa etária de 10 a 17 anos.
Foram parceiros na realização do Festival em Palmas a Federação das Apaes do Estado do Tocantins, Secretaria Municipal de Educação de Palmas, Universidade Federal do Tocantins, campi de Palmas e Miracema, Instituto Federal do Tocantins (IFTO), campus de Palmas, Faculdade de Palmas (Fapal) e Centro Universitário Luterano de Palmas (Ulbra), com um total de 205 pessoas envolvidas, sendo 111 alunos – 21 com deficiência física, 72 com deficiência intelectual, 8 com deficiência visual e 10 não deficientes.