Milei derrota peronista Sergio Massa e promete reconstruir o país. O presidente Jair Bolsonaro anunciou a seus auxiliares que irá à posse de Javier Milei no próximo dia 10
Em uma reviravolta surpreendente nas eleições presidenciais argentinas, o economista libertário Javier Milei, de 53 anos, conquistou a vitória no segundo turno, derrotando o peronista Sergio Massa. Com mais de 98% dos votos apurados, Milei obteve 55,75%, uma vantagem de 11,5 pontos percentuais sobre seu rival, superando as projeções das pesquisas de opinião.
Discurso pela mudança
No discurso da vitória, Milei declarou o início do “fim da decadência da Argentina” e prometeu iniciar “a reconstrução” do país. Defendendo a adoção do modelo de liberdade, o presidente eleito estimou um prazo de 35 anos para que a Argentina volte a prosperar. “Basta do modelo empobrecedor da casta. Viva la libertad!” encerrou, repetindo o bordão de sua campanha, seguido de um palavrão.
Bolsonaro confirma presença na posse
O presidente Jair Bolsonaro anunciou a seus auxiliares que irá à posse de Javier Milei no próximo dia 10. Bolsonaro, que já havia combinado com o ultradireitista argentino sua presença, parabenizou o povo argentino pela vitória. Em uma postagem no ex-Twitter, afirmou: “A esperança volta a brilhar na América do Sul. Que esses bons ventos alcancem os Estados Unidos e o Brasil.”
Diplomacia e Itamaraty
A possibilidade da participação de Bolsonaro na posse de Milei estava prevista nos informes internos do Itamaraty apresentados ao presidente Lula. Os documentos indicavam que Milei enviou emissários para sinalizar que, se eleito, não retiraria a Argentina do Mercosul, conforme afirmado durante a campanha.
Sem citar nome, Lula, por sua vez, desejou “sorte ao novo governo” e afirmou que o Brasil estará à disposição para trabalhar junto com os argentinos. A probabilidade de Lula comparecer à cerimônia de posse de Milei é considerada remota, especialmente se Bolsonaro estiver presente.
O cenário político na América do Sul se redefine com a vitória de Milei, e as expectativas estão voltadas para as possíveis mudanças nas relações diplomáticas e acordos comerciais entre os países da região.