A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realiza a partir desta terça-feira, 2 de fevereiro, a XII Reunião Anual de Avaliação e Planejamento de Ações de Vigilância e Controle da Doença de Chagas e da Leishmaniose. A oficina acontece no auditório do 4º andar do Anexo I da Sesau, a partir das 8 horas, e segue até o próximo dia 26 de fevereiro.
Participam gestores municipais e coordenadores da Atenção Básica, Vigilância Epidemiológica e de Combate a Endemias dos 139 municípios tocantinenses em grupos formados por municípios da mesma região.
Na ocasião serão apresentadas atualizações de protocolos e fluxos de assistência e vigilância da doença de chagas e da leishmaniose visceral e discutidos planos de trabalho para os municípios executarem ações de vigilância e controle destas doenças em 2016.
O objetivo é qualificar os serviços de vigilância e assistência dos municípios de modo a garantir que essas doenças tenham ciclos de transmissão interrompidos e que os casos diagnosticados sejam corretamente encaminhados aos serviços de referência para tratamento.
Leishmanioses
O acondicionamento correto do lixo e a manutenção da limpeza de áreas habitadas são as principais formas de prevenção do calazar, como também é conhecida a leishmaniose visceral. Isso porque o mosquito palha, vetor da doença, usa material orgânico em decomposição, como folhas, galhadas, lixo orgânico e fezes de animais para colocar ovos.
No Tocantins, 177 casos foram confirmados de leishmaniose visceral em 2015. Segundo o biólogo em Saúde Julio Bigeli, responsável pela Área Técnica Estadual das Leishmanioses, o encontro com os técnicos municipais vai permitir o alinhamento de ações de vigilância e controle da doença.
“A oficina está focada na construção dos planos de ação. Cada município terá um plano que vai direcionar todas as ações de vigilância e controle. Serão definidas metas baseadas em dados epidemiológicos e no histórico de casos dos últimos três anos”, explica Bigeli. Além disso, serão esclarecidas dúvidas dos técnicos municipais e oferecidas atualizações feitas no Programa Nacional de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral.
Doença de Chagas
Doença causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, a doença de chagas pode ser transmitida pelo consumo de alimentos contaminados com fezes do barbeiro (vetor da doença) ou pelo sangue de portador da doença, seja na gestação ou no parto (transmissão vertical), através de transfusão de hemoderivados ou transplante de órgãos ou através do contato da pele ferida ou de mucosas com material contaminado.
Entre os principais sintomas da doença estão o inchaço da face ou de membros, manchas na pele, aumento anormal do fígado, taquicardia, sinais de insuficiência cardíaca e manifestações hemorrágicas.
Em 2013 não houve casos notificados de doença de chagas no Tocantins. No entanto, em 2014, cinco casos foram confirmados em Axixá, através de contaminação oral, conforme apontou investigação epidemiológica. Já no ano de 2015, apenas um caso foi confirmado da doença e ocorreu no município de Filadélfia, com forma de transmissão vetorial, isto é, através da picada do barbeiro.
Para evitar que mais casos da doença surjam no Tocantins, a responsável pela Área Técnica Estadual da Doença de Chagas, Anália Gomes, enfatiza a importância da participação dos gestores e coordenadores municipais na oficina. “É uma oportunidade para alinharmos o planejamento de ações de vigilância dos 139 municípios do Estado e, desta forma, alcançar as metas que serão estabelecidas para o trabalho de controle da transmissão da doença de chagas em nosso Estado”, completa Anália.
Parceiros: