Prisão está relacionada aos crimes de feminicídio, tentativa de homicídio qualificado, cárcere privado e resistência. Diretora Elenir de Siqueira Fontão foi morta a facadas.
A prisão em flagrante do homem detido por matar a diretora de escola Elenir de Siqueira Fontão, de 49 anos, foi convertida em preventiva pela Vara do Tribunal do Júri de Florianópolis na tarde desta quinta-feira (20). A prisão está relacionada aos crimes de feminicídio, tentativa de homicídio qualificado, cárcere privado e resistência.
A diretora, que trabalhava na Escola Estadual Januária Teixeira da Rocha, no Bairro Campeche, em Florianópolis, foi assassinada a facadas dentro da unidade na tarde de quarta (19). O homem que foi preso também ficou ferido. Ele foi detido pela Polícia Militar e é ex-namorado da vítima. Ele tem 39 anos. A PM e a Justiça não divulgaram o nome dele.
Funcionários de escola limpam sangue no chão após assassinato de diretora em Florianópolis — Foto: André Zanfonatto/NSC TV
O agressor passou por audiência de custódia nesta quinta. A juíza Paula Botke e Silva considerou que há indícios suficientes da autoria. Como base para a decisão, ela considerou os relatos dos policiais militares que atenderam o caso.
Segundo eles, testemunhas disseram que o agressor manteve a diretora trancada no banheiro por cerca de meia hora. Nesse momento um homem tentou ajudar a vítima, mas foi esfaqueado no braço pelo suspeito. Por isso, foi enquadrado também o crime de tentativa de homicídio.
Os policiais também disseram que precisaram usar a força progressivamente para render o agressor, já que ele resistiu à prisão e tentou fazer com que os agentes atirassem nele.
“As ações em tese perpetradas pelo conduzido causam perplexidade, não apenas pelo trágico resultado e sua repercussão desde o ocorrido em toda a comunidade, mas também pelo seu elevado grau de periculosidade, já que não hesitou invadir uma escola, local de trabalho da ofendida, para subjugá-la e depois tirar sua vida, mesmo com diversas pessoas tentando impedir o infeliz resultado, o que deixa a evidenciar seu comportamento delinquente fora da normalidade, merecendo providência enérgica para que se mantenha incólume a ordem pública”, escreveu a juíza na decisão.
Para ela, a prisão preventiva é necessária para garantir a integridade física e psicológica dos parentes da vítima. O processo está em segredo de Justiça.
Registro de boletim de ocorrência
Conforme a Polícia Civil, a vítima já tinha registrados boletins de ocorrência (B.O.s) contra o ex. Os dois B.O.s contra ele foram registrados em Palhoça, na Grande Florianópolis, cidade onde ele morava. Elenir registrou o primeiro B.O. em novembro de 2017 por ameaça, enquanto o segundo, em novembro de 2019, também foi por ameaça e ainda pelo furto do carro dela.
As investigações não tiveram continuidade, já que a vítima não representou a denúncia, não autorizando a abertura de investigação, informou a polícia.
Crime
Elenir foi rendida pelo ex-namorado, armado com uma faca, dentro da sala da direção da escola e levada ao banheiro, onde foi esfaqueada no pescoço. Um vizinho que ouviu a vítima pedir socorro tentou ajudar e acabou ferido.
Conforme a polícia, o criminoso chegou ao local por volta das 17h30, quando as aulas na escola já tinham terminado. A educadora tinha ficado na unidade até aquele horário para acompanhar um aluno que esperava os pais.
O autor do crime, que estava com um ferimento no abdômen e marcas de luta corporal, foi preso em flagrante no local. Ele foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e depois, levado a um hospital.
Na saída da unidade hospitalar, ele foi autuado. De acordo com a polícia, o homem já tinha antecedentes criminais por furto, ameaça, roubo, dano, invasão de propriedade e furto de energia.