Eli Borges (PL-TO) afirma que manifestantes legítimos não devem ser confundidos com infiltrados violentos
Neste sábado (25/02), o deputado federal Eli Borges (PL-TO), líder da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, concedeu uma entrevista à Folha de S. Paulo, na qual se posicionou a respeito dos recentes protestos no país. De acordo com o deputado, as Forças Armadas devem “atender ao clamor popular” e considerar as pautas defendidas pelos manifestantes, que, segundo ele, são válidas.
Importância em separar os grupos
Além disso, o deputado afirmou que a maioria dos manifestantes presos durante os atos do dia 8 de janeiro está pagando por uma “minoria infiltrada”, que não representa o pensamento da maioria dos brasileiros. Segundo Borges, é importante separar os grupos que realmente defendem causas legítimas daqueles que estão agindo de maneira violenta e prejudicando a sociedade como um todo.
Consolidação da democracia brasileira
Segundo o parlamentar, a grande maioria das pessoas que estiveram em frente aos quartéis no dia 8 de janeiro estavam lá com o objetivo de consolidar a democracia brasileira. “A imensa maioria, de boa-fé, na frente dos quartéis cantando o hino nacional com a bandeira nacional, estava a serviço da consolidação da democracia brasileira”, completou. É importante ressaltar que a bancada evangélica tem aumentado sua atuação no governo do presidente Jair Bolsonaro, com pautas que incluem o Estatuto do Nascituro, que proíbe o aborto em qualquer circunstância.
80% da população conservadora
Durante a entrevista, o parlamentar deixou claro que não faz oposição aos demais poderes ou ao presidente Lula (PT), mas que se posiciona contra as opiniões expressas pelo petista. Segundo o deputado, Lula muitas vezes expressou um pensamento diferente daquele que é defendido por mais de 80% da população conservadora. Quando questionado se a eleição de Lula representa um apoio popular às suas pautas, Borges admitiu que, de alguma forma, sim, mas relativizou a resposta.
Evangélicos defendem a vida
O deputado mencionou o tema do aborto e destacou que Lula afirmou que essa questão está relacionada à saúde da mulher, mas que os evangélicos têm uma visão diferente. Segundo Eli Borges, os evangélicos defendem a vida desde o momento da concepção e acreditam que o dono da vida é Deus. Ele afirmou que não concorda com a prática do aborto no Brasil.
Identifica com bandeiras defendidas por Bolsonaro
Borges foi questionado sobre sua mudança partidária em 2022, quando deixou o Solidariedade pelo PL e declarou seu apoio a Bolsonaro. Quando perguntado se se considera um bolsonarista, Eli Borges respondeu que se considera um deputado federal que se identifica com as bandeiras defendidas pelo presidente. Ele destacou que suas votações refletem sua consciência e sua postura política, e que optou por permanecer no partido que melhor representava suas ideias. Segundo o parlamentar, o PL era o partido que melhor se alinhava às suas convicções naquele momento, que eram as mesmas de Bolsonaro.
Ativismo judicial
Quando perguntado sobre a opinião de alguns pastores que se disseram decepcionados com o comportamento de Bolsonaro após a derrota eleitoral, o deputado respondeu que entende que o presidente apenas exercitou a prudência necessária diante do atual cenário político no Brasil, que ele chama de “ditadura da toga”. Segundo o deputado, o país está vivendo um ativismo judicial, o que pode ser visto nos acontecimentos do dia 8 de janeiro, quando uma pequena minoria se infiltrou em um protesto legítimo em frente aos quartéis.
Importante exercitar o espírito prudente
No entanto, o deputado ressaltou que Bolsonaro é um ser humano e merece respeito, mesmo que algumas pessoas possam ter se decepcionado com suas atitudes. Ele defendeu que é importante exercitar o espírito prudente, especialmente em um momento de início do governo Lula.