Ex-ministro do GSI detalha medidas tomadas antes e durante invasão, levantando questionamentos sobre atuação da equipe de segurança
O depoimento do General Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), prestado na última sexta-feira (21) à Polícia Federal, gerou divergências no governo Lula. O militar, responsável pela segurança do Palácio do Planalto, afirmou que chegou ao local antes da invasão, mas não se sabe quais medidas foram tomadas durante o período de quase uma hora e meia antes das primeiras imagens registradas.
Em seu depoimento, o general Gonçalves Dias afirmou que pediu reforço ao Comando Militar para proteger as instalações, mas só aparece nas imagens já tentando evitar a invasão do gabinete do presidente Lula e apenas direcionando manifestantes para escadas, sem efetuar prisões. Ele também disse que não teve conhecimento de que os protestos do dia 8 de janeiro foram classificados como risco “laranja” pelo coronel Alexandre Santos de Amorim.
Além disso, o general detalhou o número de homens à disposição no dia dos protestos, mas mesmo com esses homens disponíveis, o coordenador da equipe de segurança do Palácio do Planalto, o capitão do Exército José Eduardo Pereira, aparece nas imagens por mais de uma hora, sozinho, acompanhando a movimentação dos criminosos próximo ao gabinete presidencial, que não foi invadido.
Durante as quase cinco horas de depoimento, o General também alegou que o GSI não foi convidado para reuniões na Secretaria de Segurança do Distrito Federal e que não foi possível fazer a prisão dos invasores, já que ele estava sozinho. Segundo o General, caberia ao Exército fiscalizar e até retirar os acampamentos da frente de quartéis.
Com as divergências apresentadas no depoimento do General Gonçalves Dias, a situação do governo Lula pode se complicar ainda mais, principalmente em relação aos questionamentos sobre as medidas tomadas para evitar a invasão do Palácio do Planalto e a atuação da equipe de segurança no momento do ocorrido.